Summary: | RESUMO O artigo estuda um tema que tem vindo a ser secundarizado: o das relações e representações recíprocas entre católicos com diferentes pertenças de classe, neste caso, entre patrões e trabalhadores. Estas representações incidem nas relações entre trabalho e capital, bem como na produção e na distribuição/redistribuição da riqueza, e envolvem a noção de justiça social. Escolhi, para estudar, 3 associações católicas - uma de empresários (Associação Cristã de Empresários e Gestores - ACEGE), uma de trabalhadores (Liga Operária Católica - LOC), outra de jovens, hoje sobretudo estudantes, mas de tradição operária (Juventude Operária Católica - JOC) - com base em documentos das próprias e em entrevistas. Os membros da ACEGE vêem a religião como integrativa e nunca insubordinadora na empresa; os da LOC revelam uma conceção desencantada das relações económicas que obriga à mobilização permanente e a um papel eventualmente disruptivo da religião; a JOC carece de opinião sistemática e revela os limites geracionais que enfrenta.
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