Summary: | Resumo: Abrigo para peregrinos. Um tema que apesar de pouco desenvolvido no âmbito da investigação arquitetónica, tem vindo a adquirir especial relevo numa época em que se verifica o surgimento de um maior número de viajantes, que não percorrendo os caminhos de peregrinação unicamente por motivações religiosas, procuram o contato direto com a natureza ao longo dos mesmos, promovendo assim maior interação com os agentes locais. O caminho Torres, troço do Caminho de Santiago que passa por Amarante é um exemplo que aqui se explora. Procura-se compreender os motivos do peregrino contemporâneo na viajem que empreende, e a função que o abrigo deve ter no restabelecimento de energias, meditação e contemplação da natureza, tendo em vista a ascese espiritual. A investigação compreendeu o estudo do perfil do peregrino contemporâneo, as suas aspirações na viagem que empreende, assim como na tipologia do abrigo, tanto no nível tipológico como construtivo, as relações com os sistemas construtivos autóctones e as pontes que estes estabelecem com a arquitetura vernacular e a natureza em que se inserem. Ele foi realizado com base em fontes documentais, para depois se compreender como se constituem materialmente através da análise de obras arquitetónicas desenvolvidas com programas mínimos semelhantes ao da tipologia do abrigo. A forma simplificada e a utilização de sistemas construtivos tradicionais ensaiam-se na construção do caso de estudo, com a introdução de um abrigo no Paço de Dona Loba, em Padronelo, Amarante, onde se explora a tipologia do abrigo assente numa construção com sistemas construtivos tradicionais e se tenta compatibilizar com a estrutura patrimonial ali existente, procurando um retorno à vivência daquele espaço, sem que a sua estrutura primária remanescente seja afetada.
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