Resumo: | A importância do apoio social percebido e dos aspetos positivos do cuidar prende-se com o facto de que ambos facilitam a tarefa do cuidar, diminuindo a angústia, o medo (Rodríguez, 2010), o stress, o risco de depressão, a sobrecarga e os problemas na saúde do cuidador (Las Hayas, 2012) através de sentimentos e emoções positivas (Cohen et al., 2002; Garcia et al., 2009). Foi desenhado um estudo observacional e correlacional, descritivo e analítico de carácter transversal junto de uma amostra de 86 cuidadores informais que recorrem à Asociación de Familiares de Enfermos de Alzheimer e otras Demencias de Galicia (AFAGA) e cujos familiares são utentes desta associação, com os seguintes objetivos: conhecer o perfil sociodemográfico e de cuidado do cuidador informal de pessoas portadoras de demência; identificar os aspetos positivos do cuidado mais valorizados pelos cuidadores informais; conhecer a perceção que os cuidadores possuem acerca do apoio social percebido e estudar a relação entre os aspetos positivos do cuidar e o apoio social percebido. Para tal construiu-se um questionário que inclui a escala do apoio social percebido criada por Zimet et al. (1988) e traduzida para castelhano por Landeta e Calvete (2002) e a escala dos aspetos positivos do cuidar de Tarlow et al. (2004 citado por Las Hayas, 2012), traduzida para castelhano por Las Hayas (2012). A amostra estudada é constituída maioritariamente por elementos do sexo feminino, com uma idade média de 55,99 anos, filhas da pessoa com demência, casadas, com estudos superiores e profissionalmente ativos. Verificou-se ainda que os cuidadores que mais partilham a sua habitação com o familiar cuidado são do sexo feminino, com estudos iguais ou inferiores ao ensino primário, encontram-se na situação de reformados ou desempregados e cuidam mais de 5 horas diárias. Os resultados mais salientes da escala dos aspetos positivos do cuidar incidiram sobre os itens "Faz-lhe sentir bem consigo mesmo" (=4,24), "Faz-lhe sentir mais útil" (=4,03), e " Permitiu-lhe dar mais valor à vida" (=3,94). Estes valores justificam a superioridade da média da dimensão "autoafirmação" (=22,3) sobre a média da dimensão "visão da vida" (=11,3). Na escala do apoio social percebido, verificou-se que os cuidadores percecionavam mais apoio advindo da pessoa significante e da família devido aos laços existentes entre o grupo familiar e a tipicidade da sua responsabilidade no cuidar na doença. Conclui-se ainda a existência de uma correlação entre os dois conceitos verificando-se que o aumento da perceção dos aspetos positivos conduz ao aumento do apoio social percebido.
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