Resumo: | O objectivo deste documento é explicar a origem da crise subprime e o seu impacto no sector bancário português. Procura-se sinteticamente enquadrar o aumento da procura por produtos financeiros de estrutura complexa, determinantes na propagação dos riscos de crédito pelo sistema financeiro, que conduziram à corrente crise, com reflexo no mercado financeiro. Foca-se a ausência de liquidez no mercado monetário interbancário, que dificultou aos bancos o financiamento via equity ou debt. Evocam se os principais motivos que originaram a acumulação de recursos por parte das instituições financeiras neste quadro de elevada incerteza e instabilidade. Procede-se a uma análise do sector bancário português, começando-se por apresentar o actual enquadramento macroeconómico adverso, enquanto principal desafio, e a ausência de uma bolha especulativa no mercado imobiliário, enquanto vantagem comparativamente com os E.U.A., Espanha, Reino Unido e Irlanda. Contudo, a economia portuguesa, tal como os restantes parceiros da União Europeia, vê-se envolvida na recessão. A contracção do ritmo de crescimento económico e o aumento da taxa de desemprego envolvem duas preocupações: o aumento das taxas de incumprimento e o abrandamento do ritmo de crescimento dos empréstimos, ambos percepcionados na análise dos dados disponíveis relativos ao sector bancário português. Numa tentativa de escalonar as cinco maiores instituições financeiras portuguesas, comparando-as com a média do sector bancário europeu, analisam-se os respectivos rácios de capital, níveis de alavancagem e gap de liquidez, concluindo-se acerca das suas necessidades de funding, risco de solvência e necessidades de aumento de capital. Finalmente, referem-se as medidas tomadas pelos Governos para conter e resolver as crises financeiras, dando particular enfoque às medidas adoptadas em Portugal.
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