Resumo: | Profundas mudanças socioculturais, como o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho, desencadearam alterações nas expectativas relativas aos papéis de género, bem como uma reorganização da vida familiar, implicando na forma como a parentalidade é exercida. Surge um novo ideal de partilha parental e o papel do pai redefine-se, esperando-se um cuidador mais afetuoso e participativo no quotidiano dos filhos, assumindo especial importância, não apenas o tempo que este despende na interação com os filhos, mas também a qualidade desta relação. Assim, o objetivo do presente estudo visa analisar a perceção que mães e pais têm sobre a qualidade da relação coparental, tendo sido controladas algumas variáveis sociodemográficas, e a relação daquela com o envolvimento paterno e com os estilos parentais de mãe e pai. A amostra constituiu-se por 64 mães e 44 pais, de famílias nucleares portuguesas, com crianças em idade pré-escolar. As figuras parentais responderam a um questionário sociodemográfico (mãe), à Escala da Relação Coparental (mãe e pai); à Escala de Envolvimento Parental: Participação em Atividades de Cuidados e de Socialização (pai) e ao Questionário de Estilos e Dimensões Parentais (mãe e pai). Os resultados indicaram que ambos os pais reportam uma perceção que corresponde a maior qualidade da relação coparental. Verificou-se que o envolvimento do pai, ao nível dos Cuidados e da Socialização, e os estilos parentais de mãe e pai, se encontram associados à qualidade da relação coparental. Dado o seu reduzido número, estudos que analisem a relação entre as referidas variáveis, tornam-se necessários.
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