Resumo: | O desenvolvimento deste trabalho teve como objetivo a avaliação emergética de uma central de cogeração a gás de ciclo aberto. O vapor produzido pela central é utilizado no complexo industrial que integra a central de cogeração e a energia elétrica produzida é, em grande parte, injetada na rede elétrica nacional. O processo de cogeração é descrito como sendo um processo que atinge eficiências energéticas na ordem dos 85%. Neste estudo, pretendeu-se avaliar também a eficiência emergética do processo de cogeração em questão, sendo que a avaliação emergética quantifica, para além dos fluxos de energia, os fluxos de matéria, de serviços e de informação que intervêm na produção de vapor e energia elétrica. A emergia é uma grandeza introduzida por H. T. Odum que quantifica toda a energia disponível que foi previamente usada, direta ou indiretamente, na produção de um bem ou serviço. Baseia-se em princípios da termodinâmica e na teoria geral dos sistemas e converte numa mesma unidade, joules de emergia solar (seJ), os fluxos de energia, massa e moeda que atravessam a fronteira de um dado sistema em análise. Neste trabalho foi empregue a metodologia da emergia, que implicou a obtenção do diagrama de fluxos de energia e da tabela de avaliação emergética e a avaliação dos índices emergéticos. Os fluxos de emergia (seJ/ano) foram agregados em recursos renováveis (R), recursos não renováveis (N), recursos da economia (F) e produtos do sistema (Y). A tabela emergética obtida mostra que os recursos não renováveis são os principais contribuintes para o fluxo total de emergia requerida pelo sistema, sendo os recursos renováveis os que aportam menos emergia ao mesmo. O valor obtido para a razão de rendimento emergético, EYR, no valor de 3,16, indica que se trata de um processo em que a emergia necessária provém, numa parte considerável, de recursos da economia, o que não é favorável ao produtor de energia. A razão de intercâmbio de emergia, EER, com o valor de 0,37, indica que o produtor é prejudicado na venda de energia, porque cede mais emergia do que aquela que recebe. Os índices razão de carga ambiental, ELR, no valor de 10,50, renovabilidade, %R, de 8,69% e o de sustentabilidade emergética, EmSI, de 0,30, indicam que o processo tem uma grande dependência dos recursos não renováveis, não sendo por isso sustentável a longo prazo, do ponto de vista emergético.
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