Eco-inovação na indústria transformadora portuguesa: fatores impulsionadores

Face à crescente necessidade humana em adquirir novos produtos, o desenvolvimento económico exige não só o consumo de recursos naturais, como contribui para a produção desenfreada de resíduos responsáveis pela degradação do planeta. Neste contexto, o desenvolvimento sustentável tem sido assumido com...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Silva, Patrícia Alexandra Alípio da (author)
Format: doctoralThesis
Language:por
Published: 2016
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.6/3967
Country:Portugal
Oai:oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/3967
Description
Summary:Face à crescente necessidade humana em adquirir novos produtos, o desenvolvimento económico exige não só o consumo de recursos naturais, como contribui para a produção desenfreada de resíduos responsáveis pela degradação do planeta. Neste contexto, o desenvolvimento sustentável tem sido assumido como uma diretriz na integração de políticas económicas, ambientais e sociais, por parte das empresas e governos. Ao adotarem práticas mais sustentáveis as empresas aumentam a sua competitividade através de produtos e processos ambientalmente mais amigáveis. Assim, aliando o desenvolvimento sustentável à inovação, surge o conceito de eco-inovação como a introdução de bens e processos (novos ou significativamente melhorados) que geram benefícios ambientais em detrimento das alternativas disponíveis. Todavia, a implementação de eco-inovações envolve vários atores e é impulsionada por fatores de diferentes naturezas. Deste modo, a presente investigação tem por objetivo identificar e analisar os principais fatores que impulsionam a introdução de eco-inovações na indústria transformadora portuguesa, bem como a sua propensão para tal. Especial enfoque será dado ao contributo dos materiais, nomeadamente à sua influência na introdução de ecoinovação no setor de fabricação de calçado. Com este intuito considera-se, inicialmente, um quadro conceptual apoiado pelas teorias e conceitos que a bibliografia apresenta nesta temática. Este suporte teórico foi então corroborado por um estudo empírico de modo a identificar/analisar os fatores impulsionadores da propensão das empresas para a ecoinovação. As hipóteses de investigação foram testadas com recurso a dados secundários provenientes do Inquérito Comunitário à Inovação - CIS 2008. Este instrumento recolhe informação sobre a inovação nas empresas em Portugal, para os anos 2006, 2007 e 2008. Finalmente recorreu-se à análise estatística bivariada e multivariada para analisar os fatores previamente identificados, bem como as relações que exercem entre si, na introdução de eco-inovações na indústria transformadora. Assim, aos dados obtidos aplicaram-se os testes paramétricos mais adequados e, posteriormente, o modelo de regressão logística. Os resultados do presente estudo mostram que os fatores que impulsionam a propensão das empresas para a eco-inovação são: a propensão para a inovação, os fatores externos e as ecoinovações introduzidas no contexto dos materiais. No entanto, estes últimos são aqueles que contribuem para a probabilidade de ocorrer maior “Propensão para a Eco-inovação” da indústria transformadora.