Summary: | Realizou-se um ensaio, em condições de clima Mediterrâneo, onde a escassez de água, reforçada pelas alterações climáticas, é um problema a ter em atenção. Estudou-se o efeito da Rega Deficitária Controlada, ao longo do ciclo vegetativo da Oliveira (Olea Europaea L.), nas duas cultivares em estudo, “Picual” e “Hojiblanca”, em comparação com a Rega em Conforto Hídrico nas mesmas duas cultivares, num Olival Intensivo, com enrelvamento espontâneo na entrelinha, situado no concelho do Redondo, na freguesia de Montoito. Foram avaliados, o crescimento vegetativo, a produção, o rendimento em gordura, os níveis de acidez, o intervalo de colheita e condições sanitárias. Foi avaliado ainda, e em virtude de uma das cultivares, “Hojiblanca”, ser vocacionada para o consumo em verde, o peso e volume dos frutos. O estudo iniciou-se em Junho de 2016, quando o agricultor tinha já um mês de rega efetuado. Assim, só em Junho se iniciou a estratégia de Rega Deficitária Controlada (RDC), 60% ETc, em comparação com a Rega em Conforto Hídrico (100% ETc), rega do agricultor. Não se observaram diferenças significativas a nível de produção, rendimento, acidez. Na cultivar “Hojiblanca”, houve alguma diferença no volume dos frutos, sendo que as árvores sujeitas a Rega Deficitária Controlada, em Agosto apresentavam frutos com volumes inferiores aos das árvores em Conforto Hídrico, mas em Dezembro apresentavam frutos com volumes superiores, devido talvez às chuvas outonais. Em termos de crescimentos médios de ambas as cultivares, o resultado da análise de variância, mostrou um efeito significativo do fator rega. Na cultivar “Picual”, os frutos das árvores, sujeitas à estratégia de rega deficitária controlada, apresentavam volumes inferiores, mas no entanto todos os outros parâmetros observados não apresentavam diferenças significativas. Assim, os resultados mostram que é possível, ao agricultor, poupar na água de rega, sem que isso ponha em causa a produção, qualidade do fruto e a perenidade da Oliveira.
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