Summary: | A presente tese de doutoramento pretende, como objectivo principal, conhecer as transformações ocorridas no complexo arquitectónico que actualmente sustenta o Museu Nacional de Machado de Castro (Coimbra), durante o período temporal que medeia o seu nascimento (1911) até à elevação ao estatuto de museu nacional (1965). A análise das várias fontes coligidas (escritas e icononímicas) permitiu: apresentar as diferentes concepções museológicas dos directores do museu; identificar as premissas basilares da adaptação de um antigo paço episcopal a espaço museológico; compreender os ditames do processo de anexação a este da igreja de São João de Almedina; destacar o surgimento e a integração no discurso expositivo de pré-existências da civitas aeminiensis e dos tempos medievos; discriminar os procedimentos de incorporação, no edifício do museu, de elementos arquitectónicos provindos de outras edificações da cidade de Coimbra; enaltecer a posição do espaço museológico no âmbito do plano de obras da cidade universitária; especificar os diferentes momentos de demolição, reparação, adição e restauro aplicados ao edifício; evidenciar o almejado equilíbrio da dualidade museu/monumento, procurado a partir da década de 1950. O resultado obtido leva-nos a enaltecer a relevância do objecto de estudo no panorama museológico português por se constituir, em mais do que qualquer outro exemplo, numa verdadeira sobreposição de diferentes memórias edificadas ao longo de dois mil anos de história, cuja existência nos dias de hoje em tudo se deve à atenção e sensibilidade de vários intervenientes e às consequentes medidas então tomadas durante o período cronológico estudado.
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