Resumo: | A ocorrência de infecções relacionadas com a implantação de biomateriais limita o seu uso extensivo em determinadas aplicações clínicas. O presente trabalho tem como objectivo produzir vidros bioactivos pelo método sol-gel, que, para além de promoverem a regeneração do tecido ósseo, tenham um efeito antimicrobiano local. Para tal, foi escolhida a composição 24,8% SiO2 : 41,2% CaO : 13,7% P2O5 : 20,3% MgO (%molar) previamente estudada, revelando ser um vidro potencialmente bioactivo, à qual se adicionou percentagens variadas de prata (1, 2, 3 e 5% em peso). Os materiais foram caracterizados em termos do seu comportamento térmico (ATD/TG), estrutura (FTIR, UV-vis), área superficial específica (BET), taxas de dissolução, bioactividade em SBF e actividade antimicrobiana (Escherechia coli). Os testes de dissolução mostraram uma taxa de dissolução baixa e uma variação mínima no valor de pH, o que pode ser um benefício em relação à sua citocompatibilidade. Os testes de bioactividade em SBF sugerem a formação de uma camada de fosfatos de cálcio na superfície dos vidros o que sugere a sua bioactividade. Os testes de actividade antimicrobiana foram realizados para todas as amostras com granulometrias diferentes (<20μm e entre 20μm e 63μm) para duas concentrações de vidro (0,025 mg/mL e 0,1 mg/mL). Os resultados sugerem um aumento de actividade antimicrobiana com o incremento da percentagem de prata utilizada. A actividade antimicrobiana é total nas amostras com 3 e 5% de prata, para ambas as concentrações, sendo que a amostra sem prata tem uma actividade quase nula. O aumento da concentração de vidro promove uma maior actividade antimicrobiana para todas as amostras. A granulometria do vidro também afecta a sua eficiência sendo maior para menores granulometrias.
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