As redes sociais pessoais das crianças e jovens institucionalizados

A pedagogia da vinculação assenta na ideia generalizada de que o contexto familiar reúne as condições privilegiadas para o desenvolvimento e educação das crianças, enfatizando a díade mãe-filho (Singer, 1993). Esta conceção, largamente partilhada pela cultura do sensocomum e fundamentada na perspeti...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Martins, Paula Cristina (author)
Other Authors: Mendes, E. (author), Teixeira, V. (author), Cepa, P. (author)
Format: conferenceObject
Language:por
Published: 2011
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/1822/16435
Country:Portugal
Oai:oai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/16435
Description
Summary:A pedagogia da vinculação assenta na ideia generalizada de que o contexto familiar reúne as condições privilegiadas para o desenvolvimento e educação das crianças, enfatizando a díade mãe-filho (Singer, 1993). Esta conceção, largamente partilhada pela cultura do sensocomum e fundamentada na perspetiva psicológica das teorias da vinculação, serve de padrão, com base no qual é aferida a qualidade das relações das crianças/jovens em regime institucional com adultos de referência. Contudo, o caráter necessário da intimidade e da proximidade relacional nas instituições de atendimento à infância não reúne consenso. Ziehe (1989) questiona-o e propõe o conceito de intensidade das relações, traduzido numa rede complexa e densa de pessoas, meios e atividades, que criam uma multiplicidade de oportunidades para as crianças, cabendo às instituições a sua promoção e a criação de condições para a sua ampliação e desenvolvimento sustentado. Nesta linha, Sluzki (1996) propõe o conceito de Rede Social Pessoal (R.S.P.) como o conjunto das relações que o indivíduo percebe como significativas ou diferenciadas em diferentes dimensões da sua vida (família, amigos, escola/trabalho e comunidade). Reconhecida a relevância desenvolvimental das relações pessoais significativas e a sua influência no bem-estar individual, torna-se pertinente estudar o seu papel para as crianças/jovens institucionalizados e o papel desempenhado pelas instituições de acolhimento na sua promoção. Assim, com este estudo, pretende-se: a) caraterizar as R.S.P de crianças/jovens em regime de acolhimento institucional (amplitude, intensidade, significado e funções desempenhadas pelos diferentes elementos da R.S.P.), com recurso ao Inventário de Avaliação de Redes Sociais Pessoais – Revisto (adaptado por Alarcão; Abreu & Sousa, 2003); b) caraterizar o conhecimento das R.S.P. das crianças acolhidas pelas instituições de acolhimento e o seu papel na promoção destas redes; c) caraterizar o papel das redes naturais primárias e, neste âmbito, o papel da família e das fratrias; d) caraterizar o papel das Famílias Amigas e a sua relação com a qualidade de vida destas crianças/jovens.