Experiências adversas na infância e na idade adulta em sujeitos com obesidade mórbida: o que é que tem mais “peso” para a adaptação actual?

As experiências de adversidade na infância têm sido associadas a uma maior vulnerabilidade para desenvolver psicopatologia na idade adulta e para reexperienciarem situações de adversidade. O objectivo do nosso estudo é caracterizar este tipo de experiências em sujeitos com obesidade mórbida candidat...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Silva, Susana Sofia P. (author)
Outros Autores: Maia, Ângela (author)
Formato: conferencePaper
Idioma:por
Publicado em: 2008
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/1822/7789
País:Portugal
Oai:oai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/7789
Descrição
Resumo:As experiências de adversidade na infância têm sido associadas a uma maior vulnerabilidade para desenvolver psicopatologia na idade adulta e para reexperienciarem situações de adversidade. O objectivo do nosso estudo é caracterizar este tipo de experiências em sujeitos com obesidade mórbida candidatos a cirurgia bariátrica e comparar os resultados de obesos com não obesos. A nossa amostra é constituída por 75 participantes obesos e 69 não obesos que preencheram o Questionário Sócio-demográfico e História de Vida e a Escala de Avaliação da Resposta a Acontecimentos Traumáticos. Os resultados indicam que o total de experiências de adversidade na infância são mais frequentes nos obesos mórbidos havendo uma elevada comorbilidade entre experiências voltadas para os sujeitos e relacionadas com o ambiente familiar. Estas experiências são menos prevalentes nos não obesos, havendo diferenças estatisticamente significativas no: abuso emocional e físico, violência doméstica, abuso de substâncias, membro da família na prisão, doença mental, negligência física e emocional. Por outro lado, os obesos apresentam mais sintomas de perturbação de stress pós-traumátco na idade adulta do que os não obesos. Assim, podemos concluir que as experiências de adversidade são mais frequentes nos sujeitos obesos do que nos não obesos. Na idade adulta, estes sujeitos também apresentam mais sintomas de perturbação de stress pós-traumático, o que reforça a ideia de uma maior vulnerabilidade para a revitimização na idade adulta. Neste sentido parece-nos importante repensar a avaliação e intervenção em sujeitos com obesidade mórbida candidatos a cirurgia bariátrica para que este ciclo de vitimização possa ser quebrado.