Educação, integração e equidade: Trajetos de jovens afrodescendentes no ensino superior

A presença significativa de crianças e jovens descendentes de imigrantes nas grandes zonas urbanas, em particular com origens africanas, tem marcado a pesquisa sociológica dos últimos anos: sabe-se hoje que os caminhos percorridos por estas crianças e jovens no sistema educativo português são especi...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Albuquerque, A. (author)
Outros Autores: Mateus, S. (author), Seabra, T. (author)
Formato: conferenceObject
Idioma:por
Publicado em: 2021
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10071/23136
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/23136
Descrição
Resumo:A presença significativa de crianças e jovens descendentes de imigrantes nas grandes zonas urbanas, em particular com origens africanas, tem marcado a pesquisa sociológica dos últimos anos: sabe-se hoje que os caminhos percorridos por estas crianças e jovens no sistema educativo português são especialmente pautados pela irregularidade e pelo insucesso. Pouco é sabido, contudo, acerca dos trajetos educativos destes/as estudantes, ou do seu acesso e inclusão, no ensino superior. Esta realidade sociológica emergente constituiu o foco da investigação do projeto Caminhos escolares de jovens africanos (PALOP) que acedem ao ensino superior (ACM/FEINPT). A presente comunicação optará por uma abordagem intensiva/qualitativa à questão das desigualdades de acesso ao ensino superior, baseando-se na análise de 17 entrevistas biográficas conduzidas em 2015 a jovens afrodescendentes que acederam a este nível de ensino apesar de condições socioeconómicas de partida adversas – os chamados “trajetos escolares de contratendência”. A análise destas entrevistas permitiu a construção de uma tipologia de caminhos/trajetórias de contratendência possíveis. Foram identificados quatro perfis diferenciados: i) trajetos marcados pela mobilização escolar das famílias; ii) trajetos marcados por recursos e relações extrafamiliares; iii) trajetos marcados pelas vantagens relativas das origens sociais; iv) trajetos marcados por estratégias de mobilidade internacional. Conclui-se pela existência de especificidades e nuances entre os jovens afrodescendentes que acedem ao ensino superior, quer nos seus trajetos escolares e sociais pré-ensino superior, quer nas suas condições atuais de frequência e acesso ao mesmo.