Summary: | A Inteligência Artificial tornou-se no novo motor da quarta revolução industrial para o desenvolvimento económico e social, trazendo oportunidades relevantes em domínios como a medicina e saúde, educação, transporte, sustentabilidade ambiental, entre outros. Os riscos, no entanto, também se apresentam, como potencialmente perigosos por se tratar de uma tecnologia disruptiva capaz de afetar os governos, a segurança económica, a estabilidade social e até a global governance; podendo contribuir para gerar alterações na estrutura do emprego, condicionar a lei e a ética social, violar a privacidade pessoal, desafiar as relações internacionais, de entre outras influências possíveis. A Inteligência Artificial promete contribuir para remodelar muito significativamente a ordem global, tal como a conhecemos, sobretudo desde o final da Guerra Fria. Considerando que a competição entre os sistemas político-sociais comunistas, fascistas e demo-liberais definiram grande parte do século XX, a grande questão que se coloca é saber como poderá a competição entre a democracia liberal digital e o autoritarismo digital definir e moldar o século XXI e em que termos. No tempo presente, considera-se determinante deter um olhar crítico sobre os efeitos desta nova tecnologia - que já influencia atores e políticas internacionais –, assim como discutir os interesses estratégicos, políticos e económicos a ela associados. No mesmo sentido, e uma vez que o desenvolvimento da Inteligência Artificial está a ser considerado como o principal componente de estratégias estatais, que têm como objetivo central o aumento da competitividade e da segurança nacional, importa, igualmente, ponderar os meios e os instrumentos que melhor possam garantir o seu uso para fins genericamente considerados benéficos.
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