Visões Cruzadas. Um Laboratório de Arquitetura entre Global e Local

A receção e, hoje em dia, a reinterpretação da arquitetura do Movimento Moderno implica a preservação física, concetual e identitária. Quando falamos da África colonial o paradoxo surge pelo facto da arquitetura do Movimento Moderno conter em si a pulsão de uma afirmação ideológica de liberdade e va...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Tostões, Ana (author)
Format: article
Language:por
Published: 2017
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/11144/2984
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ual.pt:11144/2984
Description
Summary:A receção e, hoje em dia, a reinterpretação da arquitetura do Movimento Moderno implica a preservação física, concetual e identitária. Quando falamos da África colonial o paradoxo surge pelo facto da arquitetura do Movimento Moderno conter em si a pulsão de uma afirmação ideológica de liberdade e valores democráticos já que, como considera Udo Kultermann (1927-2013), a “arquitetura do Movimento Moderno fazia parte da ideologia colonial, na medida em que serviu exclusivamente a minoria branca”. A questão é a de compreender como é que esta expressão moderna pôde então ser um veículo de colonização e dominação. Como Anatole Kopp defendeu, a arquitetura moderna não é uma estética, mas a proposta de um melhor quadro de vida para todos.Temos a consciência que vivemos num período pós-colonial. Por outras palavras, somos antigas colónias ou países colonizadores que atravessam uma era pós-colonial. Creio que a mais estimulante aproximação ao tema se faz através de conceitos como identidade, memória e troca. Portugal manteve um regime colonial ao longo do séc. XX até meados dos anos 70. Este passado colonial talvez seja ainda muito recente, até agora, demasiado próximo para uma adequada análise crítica e histórica. Talvez por isso, em termos de bibliografia, a experiência da moderna arquitetura nas colónias portuguesas começa agora a ser estudada para além das fronteiras atuais do país.