Resumo: | O consumo de sal em excesso contribui para a doença cardiovascular. Em Portugal, a ingestão de sal excede os níveis recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O conhecimento e atitudes individuais relacionados com o consumo de sal podem influenciar a quantidade de sal consumida. Enquadrado num estudo-piloto em Health Impact Assessment (HIA), este trabalho pretendeu observar o conhecimento e atitudes de uma amostra de pais ou tutores de crianças em idade escolar face à redução do teor de sal no pão, assim como potenciais alterações nos hábitos de consumo, após a implementação de um Protocolo de Colaboração para a redução gradual do teor de sal no pão, de âmbito nacional. Para tal, foi elaborado um inquérito com recurso à plataforma online RedCap, tendo sido disponibilizado um link de acesso para autopreenchimento pelos pais/tutores de crianças e jovens em idade escolar, residentes na zona de influência do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Almada-Seixal. Os participantes foram recrutados através das redes sociais. De 109 questionários preenchidos, 84 foram considerados válidos. Os resultados mostram que a maioria dos respondentes estavam despertos para que um excessivo consumo de sal aumenta o risco de doença, nomeadamente a hipertensão. Menos marcada é a perceção da quantidade/medida de sal recomendada pela OMS para o consumo diário pela população e do contributo do pão para essa ingestão total diária. Embora os respondentes manifestem ter conhecimento das medidas preconizadas pelo Protocolo para a redução do teor de sal no pão, a forma como avaliam o pão que consomem, em termos de sabor, não aponta para uma sensação negativa. Em particular, os dados obtidos apontam para a necessidade de promover e melhorar o conhecimento sobre as recomendações de ingestão de sal e principais fontes de sal e dos seus efeitos na saúde da população.
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