Epidemiologia de isolados multirresistentes na comunidade

A utilização massiva de antibióticos β-lactâmicos para o tratamento de infeções, nomeadamente infeções do trato urinário, levou ao desenvolvimento de mecanismos de resistência nos microorganismos, principalmente nas bactérias da família Enterobacteriaceae. De entre os mecanismos de resistência, a pr...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Magalhães, Sandra Vicência Martins (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2015
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/13279
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/13279
Descrição
Resumo:A utilização massiva de antibióticos β-lactâmicos para o tratamento de infeções, nomeadamente infeções do trato urinário, levou ao desenvolvimento de mecanismos de resistência nos microorganismos, principalmente nas bactérias da família Enterobacteriaceae. De entre os mecanismos de resistência, a produção de β-lactamases é o mais comum entre estes microorganismos. Nos últimos anos, a produção e disseminação de β-lactamases de espetro estendido (ESBL), principalmente na Europa, tem sido grande motivo de preocupação para os profissionais de saúde. Assim, é de crucial importância o correto diagnóstico in vitro destes isolados e dos mecanismos de resistência subjacentes, assim como a realização de estudos de vigilância epidemiológica que permitam monitorizar o comportamento destas estirpes multirresistentes e avaliar a sua distribuição na comunidade. Este estudo teve assim como principais objetivos apurar quais os microorganismos responsáveis por infeções do trato urinário na comunidade servida pelo Hospital Infante D. Pedro e inferir na epidemiologia de Enterobacteriaceae produtoras de ESBL causadoras deste tipo de infeções. Durante o ano de 2013 estudaram-se 540 amostras das quais 88% foram bactérias Gram-negativas, principalmente da família Enterobacteriaceae. E. coli foi o microorganismo mais comum (45,6% do total), seguido de K. pneumoniae (18,5% do total). Do total de E. coli isoladas, 13,4% revelaram-se positivas para a presença de ESBLs, assim como 39% do total de K. pneumoniae. Os carbapenemos, cefepime, aztreonam, colistina, minociclina, piperacilina, rifampicina, ticarcilina, ticarcilina/ácido clavulânico e tigeciclina revelaram-se os fármacos com menores taxas de resistência nestes isolados. Este estudo permite tirar ilações sobre o panorama de disseminação destes isolados entre a comunidade servida por este hospital, podendo ser implementadas medidas de controlo de infeção e antibioterapia adequada a esta região geográfica para que, nos próximos anos, estas taxas de resistência tendam a diminuir.