Resumo: | Os sistemas de infra-estruturas ligadas à mobilidade têm um significativo impacto urbano, formando uma nova paisagem artificial. Interessa-nos principalmente esta zona híbrida entre a arquitectura, a infra-estrutura e o desenho urbano. Os sistemas de mobilidade e as questões emergentes de sustentabilidade e ecologia urbana, sugerem a procura de novas respostas capazes de utilizar estas infra-estruturas a favor da criação de novas e estimulantes tipologias urbanas, integradoras e inclusivas. O tema desta dissertação relaciona-se, deste modo, com o planeamento da Cidade, segundo a revitalização dos espaços criados por estas estruturas de mobilidade como sistema gerador de desenho urbano contínuo e da relação intrínseca que esta tem com a arquitectura. Daqui nascem os critérios de abordagem às novas infra-estruturas que nasceram essencialmente do uso do automóvel e que se impuseram negativamente na paisagem, criando espaços vazios sem uso, e que muitas vezes, criam barreiras à circulação das pessoas dentro da cidade. O foco reside na possibilidade de reintegração e valorização destas zonas problemáticas, transformando-as em espaços que priveligiam as deslocações através de modos suaves, gerando espaços públicos de lazer, espaços híbridos, sujeitos a diversificadas actividades. Espaço com grande potencial para a criação de ambientes sociais activos, de modo a asegurar uma continuidade no espaço urbano, a par dos fluxos motorizados, e responder a diversas questões contemporâneas como a sustentabilidade e a humanização. O projecto arquitectónico sobre estes locais nasce, deste modo, como tema e pretexto de desenho urbano revitalizador e de requalificação do espaço público, perspectivando-o para o futuro em que a mobilidade sustentável se torna cada vez mais essencial para a qualidade de vida nas cidades.
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