Tumores de localização palpebral, 15 anos de experiência no Centro de Patologia Oftálmica do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra

Introdução: Este estudo tem como objectivo estudar a frequência dos diferentes tipos de tumores palpebrais numa população portuguesa e a sua correlação clínico-patológica. Métodos: Foram utilizados 1622 casos de tumores de localização palpebral do Laboratório do Centro de Patologia Oftálmica do Cent...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Bizarro, Marisa Benigno (author)
Format: article
Language:por
Published: 2016
Subjects:
Online Access:https://doi.org/10.48560/rspo.7638
Country:Portugal
Oai:oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/7638
Description
Summary:Introdução: Este estudo tem como objectivo estudar a frequência dos diferentes tipos de tumores palpebrais numa população portuguesa e a sua correlação clínico-patológica. Métodos: Foram utilizados 1622 casos de tumores de localização palpebral do Laboratório do Centro de Patologia Oftálmica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, de 1995 a 2009. Resultados: Dos 1622 tumores palpebrais, 1240 (76,4%) eram benignos. Os 5 tumores benignos mais frequentes foram o papiloma escamoso (30%), o nevus melanocítico (13,4%), o chalázio (10,4%), o quisto sebáceo (9,5%) e o xantelasma (7,3%). O tumor maligno predominante foi o carcinoma basocelular (86,3%). Segundo a classificação por origem, os tumores epidérmicos foram os mais frequentes (50,2 %). A idade média foi mais elevada nos tumores malignos (69,01 ± 13,59 anos) do que nos tumores benignos (56,75 ±18,32 anos). A frequência dos tumores benignos decresceu com o aumento da idade e a dos malignos aumentou. A pálpebra inferior (36,7%) foi a mais acometida. Tumores benignos foram mais frequentes na pálpebra superior (40,6%) e na pálpebra inferior (30,7%); os tumores malignos foram mais frequentes na pálpebra inferior (58,2%) e canto interno (23,6%). O diagnóstico clínico de tumores malignos alcançou uma sensibilidade de 93,7%, um valor preditivo negativo de 98,2% e 3,0% de falsos negativos. Conclusões: A patologia palpebral predominante é benigna. Na maioria dos casos a suspeita clínica é confirmada pelo estudo anátomo-patológico, mas obtiveram-se 3% de falsos negativos. Este é um dos poucos estudos epidemiológicos de tumores palpebrais em Portugal e que, de certa forma, reflecte a realidade nacional.