Envelhecer no Algarve

O processo de envelhecimento da população no Algarve tem suscitado a atenção dos investigadores vai para uma década. O oblívio a que esta região era votada pelos investigadores dedicados à temática do envelhecimento, os quais raramente desciam a sul do Tejo para recolha de dados, começou a ser ultra...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Anica, Aurízia (author)
Formato: book
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.1/10681
País:Portugal
Oai:oai:sapientia.ualg.pt:10400.1/10681
Descrição
Resumo:O processo de envelhecimento da população no Algarve tem suscitado a atenção dos investigadores vai para uma década. O oblívio a que esta região era votada pelos investigadores dedicados à temática do envelhecimento, os quais raramente desciam a sul do Tejo para recolha de dados, começou a ser ultrapassado quando a Universidade do Algarve decidiu criar o curso de mestrado em Gerontologia Social. O crescente interesse pela investigação sobre aquela temática que, entretanto, concitava o investimento de organizações e poderes internacionais e nacionais, ficou assinalado pela realização, em 2013, na Escola Superior de Educação e Comunicação, da Conferência Internacional dedicada ao tema Envelhecimento Ativo e Educação e, no ano seguinte, pela publicação do e-book com o mesmo título. Aí já estava visível a preocupação de refletir sobre os desafios colocados pelo envelhecimento demográfico no extremo sul do país, sem descurar as questões teóricas e o conhecimento empírico de outros contextos. A presente obra coletiva em que participam mais de uma dezena de especialistas portugueses, espanhóis e brasileiros leva mais longe o olhar sobre a problemática do envelhecimento no contexto regional algarvio, não descurando, contudo, os contributos teóricos e práticos provenientes de outros lugares que, pela profundidade, dimensão ou originalidade do trabalho realizado, se constituem como desafios e fontes de reflexão para o futuro, em qualquer lugar. O objetivo deste livro é contribuir para o diagnóstico fundamentado da realidade regional relativa ao fenómeno do envelhecimento e para a reflexão sobre novos caminhos e boas-práticas promotores do envelhecimento ativo. Procura-se neste e-book dar um contributo para a resposta a questões relativas aos modos de envelhecer na região algarvia, a partir da perspetiva oferecida por estudos realizados na área de confluência das ciências sociais, da saúde e da educação: Como se entende atualmente o envelhecimento humano? O que pensam as pessoas em idade avançada, residentes no Algarve, sobre o seu próprio processo de envelhecimento? O que pensam sobre a sua felicidade, sobre a sua qualidade de vida? Que perfis de funcionamento psicológico e funcional se encontram na região e como se caracterizam? Quais as condições do envelhecimento positivo? Quais os fatores da qualidade de vida no processo de envelhecimento? Qual a proporção dos que envelhecem bem, muito bem ou mal na população algarvia? Como se caracterizam os ambientes favoráveis e os desfavoráveis à qualidade de vida no envelhecimento? O que pensam as pessoas de idade avançada sobre as suas vivências no âmbito da participação em projetos promotores do envelhecimento ativo? Como avaliam essas experiências? Como se pode desenvolver o potencial das pessoas idosas de modo a contribuir para a melhoria da sua qualidade de vida e para a sua felicidade? Sem ter esgotado os múltiplos contextos socioculturais da região, identificaram-se diferentes modos de envelhecer. As mulheres com esperança de vida maior, mas pior qualidade de vida no envelhecimento. Os que têm mais recursos económicos, mais recursos educativos e culturais, melhores redes familiares e de sociabilidade, os que gozam de boa saúde física e mental, melhor sentido de realização pessoal, também têm melhor qualidade de vida no envelhecimento. Contudo, mesmo aqueles que não beneficiaram de uma trajetória de vida propiciadora do desenvolvimento integral das suas potencialidades e se encontram em idade avançada e em situações de grande vulnerabilidade podem melhorar a sua qualidade de vida se usufruírem de oportunidades apropriadas. Não podemos ficar «à espera que o tempo passe».