| Resumo: | O termo "podcast" surge em 2004 entre uma série de propostas para titular um fenómeno que surgia à boleia da presença de áudio nos "blogs". Contudo, a história do "podcasting" começa a traçar-se ainda antes de ter nome, tecnologia, produtores ou conteúdos. Na prática, os podcasts surgem como uma adaptação da esfera do áudio à era digital, recriando dinâmicas que a rádio já utilizara dezenas de anos antes. Esta "revolução do som", que investigadores como Richard Berry (2018) descrevem, surge num contexto de diferenciação da própria rádio, o "parente" mais próximo. Esta tese vem enquadrar o papel do "podcasting" em Portugal como parte do fenómeno de relevância do áudio na comunicação, fazendo uso de uma etodologia mista. Fruto de um novo estatuto social, o consumo de "podcasts" alargou-se chegando, em 2021, a 41,5% dos portugueses que utilizam a internet. Olhando para Portugal, a pouca profissionalização do meio, o reduzido distanciamento face aos modelos da rádio convencional e a deficiente monetização têm condicionado o desenvolvimento do formato. Apesar da facilitação do acesso à tecnologia, provocada pela simplificação das plataformas, de acordo com os dados recolhidos, o perfil do podcaster continua a não ser transversal: são sobretudo, mais homens do que mulheres, com capitais escolares elevados e mais novos do que velhos. Ainda assim, o "podcast" permitiu uma democratização no acesso ao ecossistema mediático.
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