Summary: | Esta investigação procura analisar em que medida as ONGD portuguesas estão a utilizar a angariação de donativos, nomeadamente de particulares, para assegurar o seu financiamento na atual conjuntura política e económica, tomando por referência o período de 2008 a 2011. Com o intuito de se perceber esta realidade foram realizados estudos de caso com três organizações: Fundação AMI, OIKOS e Leigos para o Desenvolvimento. Através de questionários e entrevistas de caracterização financeira e de angariação de fundos, procurou-se analisar cinco dimensões específicas: 1) Qual o peso dos donativos (particulares, empresas e fundações) no financiamento das ONGD? 2) Existiu um decréscimo de doadores? 3) Que estratégias e campanhas de angariação junto de particulares tiveram maior rentabilidade? 4) Que investimentos em angariação de fundos foram realizados durante este período? 5) Que referenciais éticos as ONGD adotaram relativamente às suas ações de angariação de fundos? Conclui-se que estas ONGD investiram e tiraram proveito da angariação de donativos, nomeadamente de particulares, para financiar as suas missões. Os donativos foram, mesmo, a principal fonte de financiamento na receita conjunta das organizações, tendo-se verificado um crescimento dos donativos e doadores nas organizações que em 2008 tinham níveis de investimento e receitas mais baixos. Estes dados indicam que a angariação de donativos pode ser um investimento rentável, mesmo neste período de crise. Parece existir uma falta de referenciais éticos e de performance aplicados ao contexto português, que ajudem as organizações a ser mais eficazes na angariação, sem comprometer os valores do desenvolvimento participativo e humano.
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