Caracterização fenólica e nutricional das infusões de cinco plantas aromáticas e suas propriedades bioativas

As infusões de plantas são aplicadas há séculos na medicina popular para fins medicinais e nutricionais [1]. Devido à sua importância económica e elevado consumo, tem-se verificado um crescente interesse não só pela sua composição química como também pelas suas diversas propriedades bioativas [2]. N...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Caleja, Cristina (author)
Other Authors: Finimundy, Tiane C. (author), Pereira, Carla (author), Barros, Lillian (author), Calhelha, Ricardo C. (author), Soković, Marina (author), Ivanov, Marija (author), Carvalho, Ana Maria (author), Rosa, Eduardo (author), Ferreira, Isabel C.F.R. (author)
Format: conferenceObject
Language:por
Published: 2022
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10198/24930
Country:Portugal
Oai:oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/24930
Description
Summary:As infusões de plantas são aplicadas há séculos na medicina popular para fins medicinais e nutricionais [1]. Devido à sua importância económica e elevado consumo, tem-se verificado um crescente interesse não só pela sua composição química como também pelas suas diversas propriedades bioativas [2]. Neste estudo, foram selecionadas cinco espécies de plantas aromáticas: Erica australis L., Genista tridentata L., Melissa officinalis, L., Mentha spicata L. e Prunella vulgaris L. Foram preparadas infusões de cada planta e analisadas quanto à sua composição fenólica (HPLC/DAD-ESI/MS) e propriedades bioativas. Para a atividade antioxidante foram utilizados métodos que avaliam a inibição da pero xidação lipídica (TBARS) e da hemólise oxidativa (OxHLIA). A atividade antimicrobiana foi avaliada pelo método de microdiluição em placa utilizando bactérias Gram + (Bacillus cereus e Listeria monocytogenes) e Gram - (Escherichia coli e Salmonela typhimurium) e fungos (Aspergillus niger, Aspergillus versicolor, Penicillium funiculosum e Penicillium verrucosum). A atividade citotóxica foi testada usando o método colorimétrico da sulforrodamina B em diferentes linhas celulares tumorais MCF-7 (adenocarcinoma da mama), NCI-H460 (carcinoma de pulmão), HeLa (carcinoma cervical), HepG2 (carcinoma hepatocelular) e numa cultura primária de células não tumorais (PLP2); para a atividade anti-inflamatória utilizou-se a linha de macrófagos RAW 246.7. Foram identificados 52 compostos fenólicos, sendo que o composto maioritário nas infusões de M. officinalis, M. spicata e P. vulgaris foi o ácido rosmarínico, enquanto na de E. australis os mais abundantes foram os derivados de flavonoides identificados como quercetina e genisteína. As infusões de P. vulgaris e M. officinalis apresentaram os melhores resultados nos ensaios TBARS (IC50 de 4,2±0,04 μg/mL) e OxHLIA (IC50 de 24,8±0,3 μg/mL), respetivamente. Nenhuma das infusões mostrou hepatotoxicidade em células não-tumorais (GI50>400 μg/mL). A infusão de M. spicata apresentou os melhores resultados de citotoxicidade contra a linha celular MCF-7 (GI50 de 283±10 μg/mL) e de atividade antimicrobiana, em especial contra a Salmonela typhimurium (MIC de 0,25 mg/mL) e os fungos Aspergillus versicolor (MIC de 0,25 mg/mL) e Penicillium verrucosum (MIC de 0,25 mg/mL), sendo a única planta a apresentar atividade anti-inflamatória (GI50 de 324±5 μg/mL). Este trabalho demonstrou o potencial das infusões destas plantas, ricas em compostos fenólicos com propriedades bioativas, para futura aplicação em diferentes sectores industriais.