Summary: | A educação inclusiva significa uma assinalável tomada de consciência acerca dos direitos que todos os alunos têm à educação, constituindo-se como parte integrante e central do seu crescimento enquanto seres humanos. Neste caminho, em direção a um futuro mais solidário, os pares assumem uma parte importante na responsabilidade da criação de um ambiente verdadeiramente inclusivo ao contribuírem, de forma decisiva, para a aquisição de competências sociais pelos alunos com maiores limitações comunicacionais, socioafetivas e cognitivas. O presente projeto tem como propósito conhecer as perceções de inclusão escolar e atitudes de crianças e jovens relativamente aos seus pares com Necessidades Educativas Especiais (NEE) e verificar, em que medida, são influenciadas por variáveis sociodemográficas e pelo contacto com outras pessoas com incapacidade/NEE, nos seus contextos de vida. Foram elencados os seguintes objetivos: i) Conhecer as perceções de inclusão na escola e as atitudes de crianças/jovens face aos seus pares com NEE; ii) Conhecer as perspetivas de crianças/jovens sobre o seu próprio contributo para melhorar o bem estar e a inclusão escolar dos seus pares com NEE; iii) Analisar se as variáveis sociodemográficas influenciam as perceções de inclusão escolar e as atitudes de crianças /jovens face aos pares com NEE; iv) Verificar se o contacto com pessoas com incapacidade/NEE, fora do contexto escolar, por crianças/jovens, influencia as suas perceções sobre a inclusão escolar e as atitudes perante os seus pares com NEE em contexto escolar; v) Verificar se existem relações entre as perceções de inclusão escolar, as atitudes face aos pares com NEE e a idade. Optou-se por uma metodologia quantitativa, de carácter exploratório. Para o presente estudo foi considerada uma amostra de 140 alunos do terceiro ciclo do ensino básico de uma escola do ensino particular e cooperativo do centro norte de Portugal; sendo o método de amostragem não probabilístico e por conveniência. Em relação ao instrumento de recolha de dados foi utilizado um questionário de tipo misto, que incluiu questões sociodemográficas, questões sobre perceções sobre inclusão escolar e a versão portuguesa da CATCH (Rosenbaum, Armstrong & King, 1986) adaptada por Alves e Pedro Lopes-dos-Santos (2014). Os resultados revelam, de um modo geral, um elevado grau de aceitação dos alunos com NEE pelos seus pares sem NEE pois manifestaram perspetivas e atitudes positivas face à inclusão daqueles. Também se registaram diferenças ao nível das perceções e das atitudes entre rapazes e raparigas com destaque para estas últimas que manifestaram maior apetência para a aceitação e inclusão dos seus pares com NEE. Além disso, o contacto com outras pessoas com incapacidade, fora do contexto, escolar, também se revelou importante nas atitudes dos alunos. Numa sociedade cada vez mais colorida é na escola que se começam a misturar todas as cores e onde se aprende o respeito pela diferença entre crianças e adolescentes que querem estar e aprender juntos.
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