Problemas de ajustamento psicológico em crianças expostas a violência nas relações íntimas : será que o tipo de residência faz a diferença?

A investigação sobre o ajustamento psicológico de crianças expostas a violência nas relações de intimidade (VRI) tem algumas limitações importantes que precisam ser abordadas, tais como a utilização de amostras exclusivamente comunitárias, através de projetos transversais com medidas retrospetivas d...

ver descrição completa

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Soares, Carla Orlanda Ferreira (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2016
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10437/6928
País:Portugal
Oai:oai:recil.ensinolusofona.pt:10437/6928
Descrição
Resumo:A investigação sobre o ajustamento psicológico de crianças expostas a violência nas relações de intimidade (VRI) tem algumas limitações importantes que precisam ser abordadas, tais como a utilização de amostras exclusivamente comunitárias, através de projetos transversais com medidas retrospetivas de auto-relato. Uma limitação importante da literatura é que não são encontrados estudos que analisem o impacto da residência em Casa Abrigo vs. a viver em casa com a mãe e com o companheiro agressivo no desenvolvimento e ajustamento psicológico nas crianças. Tendo em conta tais limitações, o presente estudo teve como objetivo testar diferenças entre crianças que viviam em Casa Abrigo destinadas para vítimas de VRI e crianças que viviam na residência com a mãe e o companheiro agressivo. Neste estudo foi utilizada uma amostra de alto risco, de 155 mães e 155 crianças, com mães e crianças a residir em Casa Abrigo e outras a residir em casa com o companheiro agressivo. De modo a testar tais diferenças, foram recolhidos dados sobre o ajustamento da criança, tais como os níveis de sintomas de internalização (SI) e sintomas de externalização (SE), bem como variáveis do ajustamento materno e da parentalidade, que a investigação prévia indicou serem preditivas do ajustamento psicológico das crianças, nomeadamente a frequência de vitimação, psicopatologia, suporte social, práticas parentais e competência materna. Os principais resultados obtidos revelaram que as mães a viver em Casa Abrigo relatam mais problemas de internalização e externalização nos seus filhos do que mães a viverem com o companheiro. Estes resultados mantiveram-se significativos, mesmo após o controlo estatístico de outras variáveis que poderiam influenciar esta diferença, tais como a vitimação e o suporte social materno. Não foram encontradas diferenças entre os dois grupos ao nível da psicopatologia materna, práticas parentais e competência materna. As implicações dos resultados para a prática clínica são também discutidas.