Resumo: | A crescente participação de Portugal em missões internacionais de apoio à paz, integradas ou não em forças multinacionais, e a responsabilidade da Força Aérea Portuguesa (FAP) em missões de busca e salvamento, levou a ser investigada a forma como se desenvolve a formação específica dos profissionais de saúde para o desempenho a bordo das aeronaves nestas missões. A formação foi analisada com base em manuais da Organização Atlântico Norte (NATO), como o STANAG 3204 (Aeromedical Evacuation), e o STANAG 3745 (Medical Training and Equipment Requirements for Search and Rescue), assim como em manuais da FAP. No estudo procuramos saber como está organizada a formação nesta área para médicos e enfermeiros, e se está adequada ao desempenho a bordo das aeronaves, de acordo com os referidos manuais, ou se existem melhorias a ser implementada nessa formação. A participação ativa dos profissionais de saúde, integrados nas missões das esquadras de voo como pessoal navegante, é uma realidade cada vez mais presente. Estas missões exigem formação específica orientada para o desempenho a bordo. Para identificar a forma como se desenvolve a formação específica, procedemos à realização deste trabalho baseado no método de investigação de Raymond Quivy e Luc Van Campenhoudt em Ciências Sociais. O método foi iniciado com uma questão para investigação que foi desenvolvida através de consulta de literatura, entrevistas exploratórias e avaliação da sensibilidade de uma população alvo, composta por 17 médicos e 12 enfermeiros que desempenham funções a bordo de aeronaves em unidades operacionais, ou fazem parte da escala de evacuações aeromédicas da Direção de Saúde da Força Aérea. Foi usado um questionário online para recolha de informação. Após análise de resultados, concluiu-se existir regulamentação orientadora do percurso formativo dos profissionais de saúde para o desempenho a bordo. Contudo, na realidade, a formação atual dos profissionais de saúde encontra-se desatualizada, com diferenças significativas entre os conteúdos formativos propostos nos regulamentos e a formação que é efetivamente ministrada. A análise do conteúdo das respostas, que revelou o elevado interesse demonstrado pelos inquiridos em adquirir formação específica que possibilite a promoção da qualidade da assistência médica prestada a bordo, em conjunto com as orientações formativas regulamentadas permitiu finalizar este estudo com uma proposta de curso para qualificação e requalificação destes profissionais de saúde. Abstract: The growing participation of Portugal in international peacekeeping missions, by itself or integrated in multinational forces, and the responsibility of the Portuguese Air Force (PAF) in Search And Rescue (SAR) missions, lead as to the investigation of the specific training of health professionals and their capability in providing mid-air medical assistance in these missions. The current training provided was compared to north Atlantic Treaty Organization (NATO) manuals, such as the STANAG 3204 (Aeromedical Evacuation), and the STANAG 3745 (Medical Equipment and Training Requirements for Search and Rescue), as well as to PAF manuals. Our goal is to assess whether the training given to doctors and nurses in this area complies with performance on board our aircrafts, according to the above mentioned manuals, or if there are possible improves in the training provided. The active participation of health professionals, integrated in the flying squadrons’ missions as crew members is, nowadays, an ever-more present reality. These missions require specific training, geared towards performance on board. In order to carry out our goal, we based our study on Raymond Quivy and Luc Van Campenhoudt’s research method in Social Sciences. It started with a research question, devised through literature reviews, exploratory interviews and the assessment of the sensibility of a target population, made up of 17 doctors and 12 nurses who either work on board aircrafts within operational units, or are integrated in the PAF’s Health Direction aeromedical evacuation roster. An online questionnaire was used for information gathering. After analyzing the results, we concluded that guiding regulations, for the training of health professionals on board, do exist. However, in reality, the current training of these professionals is not only outdated but also not equal for all, with significant differences between the formative contents suggested in the legislation and the training that is effectively taught. The analysis of the contents of the responses, which revealed great interest by the responders in obtaining specific training - which will allow them to improve the quality of medical assistance on board - together with the existing legislated training guidelines, allowed us to conclude this study with a proposal for a course, geared towards the training and retraining of these health professionals.
|