| Resumo: | O sofrimento humano ? uma experi?ncia, que pode estar relacionada com a maioria das realiza??es e experi?ncias desenvolvidas ao longo da vida. Por sua vez, a doen?a ? uma causa importante de sofrimento, visto que atinge as estruturas mais importantes da vida psicoafetiva e espiritual do ser humano. O enfermeiro ? o elemento da equipa que mais de perto, e durante mais tempo convive com o sofrimento da pessoa em fim de vida e sua fam?lia. Concomitantemente, e fruto desta intera??o, o sofrimento do enfermeiro ? uma realidade. Tendo presente esta realidade, consideramos importante realizar o estudo cujo objetivo ? compreender o sofrimento dos enfermeiros, que cuidam da pessoa em fim de vida e sua fam?lia, com a finalidade de identificar as estrat?gias desenvolvidas pelos profissionais para amenizar o sofrimento, por forma a melhor cuidarem de si e dos outros. Optamos por uma investiga??o de natureza qualitativa, com car?ter descritivo-explorat?rio e a recolha de dados foi feita atrav?s de uma entrevista semiestruturada junto de enfermeiros, de um servi?o de internamento do IPO Porto. Os resultados refor?am que o sofrimento do enfermeiro constitui uma realidade emergente do cuidado ? pessoa em fim de vida e sua fam?lia. Como manifesta??es do seu sofrimento os enfermeiros experienciam diversas emo??es e sentimentos habitualmente positivos e negativos. Reconhecem um conjunto de dificuldades potenciadoras do seu sofrimento, que se centram no doente e fam?lia, na equipa multidisciplinar, na organiza??o e no pr?prio. Para ultrapassar estas dificuldades desenvolvem estrat?gias diversas que os ajudam a lidar com o seu sofrimento e, assim, melhorar o seu desempenho enquanto pessoas e profissionais, promovendo o bem-estar da pessoa em fim de vida e sua fam?lia. Apesar do sofrimento se revelar uma experi?ncia desconfort?vel, os enfermeiros reconhecem que esta tamb?m se pode constituir como uma oportunidade de desenvolvimento e crescimento pessoal e profissional. Reconhecer o sofrimento do enfermeiro como fen?meno multidimensional, e ao mesmo tempo, reflexo da qualidade dos cuidados prestados ? fundamental, pois ? primordial que os enfermeiros cuidem de si para melhor cuidar dos outros. Tamb?m as institui??es devem ter um conhecimento desta realidade, nomeadamente das estrat?gias dispon?veis para ajudar os profissionais a lidar com o seu sofrimento. S? assim, ser? poss?vel unir esfor?os para atingir a meta almejada por todos, a excel?ncia dos cuidados prestados ? pessoa em fim de vida e sua fam?lia.
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