Summary: | Em 1986, uma banda sueca sugestivamente intitulada Europe lançava um hit single que ainda hoje ecoa nas playlists em modo revival: “We’re leaving together / But still it’s farewell / And maybe we’ll come back / To earth, who can tell? / I guess there is no one to blame / We’re leaving ground (leaving ground) / Will things ever be the same again? / It’s the final countdown (…)” Em contagem decrescente para o dia 31 de De zembro de 2020, sem prorrogação solicitada a tempo devido e em plena gestão e contenção do COVID-19, o cenário da saída sem acordo voltou a ser colocado em cima da mesa como admissível. O(s) impasse (s) estiveram na agenda oficial e oficiosa até ao último minuto. Na tarde da consoada, Boris Johnson e Ursula Von der Leyen, visivelmente aliviados, declaravam vitória, com discursos díspares sobre o que significa “soberania” para ambas as partes em pleno século XXI: a partir de Londres, um Brexit concretizado em 2020 com promessas de recuperação e controlo total das fronteiras e das decisões nacionais; a partir de Bruxelas, “ser capaz de, sem qualquer dificuldade, trabalhar, viajar, estudar e fechar negócios em 27 países e conseguir reunir as nossas forças e falar em conjunto num mundo cheio de grandes poderes”1 . No dia de Natal, Johnson convidava os Britânicos a uma “história de embalar” com as 2000 páginas do acordo, com muito peixe (o último dos imbróglios soberanistas) à mistura!
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