Resumo: | A presente dissertação de mestrado é fruto do trabalho realizado ao longo de três intensos semestres sobre as estratégias de vida utilizadas pelas famílias monoparentais femininas para fazer face à sua condição de vulnerabilidade. Pretende-se dar um contributo para a compreensão teórica sobre o tema, tendo em conta o que já foi desenvolvido por diferentes autores. A partir da análise da bibliografia selecionada, a vulnerabilidade na monoparentalidade é compreendida sob o ponto de vista de género, ressaltando as incipientes oportunidades e qualidade de trabalho para as mulheres. As onze entrevistas realizadas a progenitoras que têm a cargo menores e são acompanhadas por serviços sociais, foram essenciais para perceber, na primeira pessoa, as dificuldades de inserção laboral, a vivência da monoparentalidade, a relação com a assistência devido à vulnerabilidade sentida, a frágil rede de apoio, os recursos pessoais, bem como as estratégias de vida criadas para ultrapassar as situações menos positivas. Denota-se ser necessário a promoção de políticas sociais ativas dirigidas às famílias com apenas um progenitor, pois as medidas específicas de apoio a estas famílias são escassas e apresentam um cariz assistencialista. De forma a ultrapassar a vulnerabilidade social, as progenitoras adotam estratégias de vida das quais sobressaem a forte aliança entre mães e descendentes, o reconhecimento da felicidade em pequenos acontecimentos diários, a adoção de pensamentos positivos, a importância da força interior, bem como a gestão apertada dos recursos financeiros.
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