Resumo: | O objetivo deste estudo é analisar os determinantes da rentabilidade do setor bancário brasileiro, medida por três indicadores: ROA (return on assets), ROE (return on equity) e NIM (net interest margin). Tem como variáveis explicativas selecionados a partir da revisão de literatura, fatores específicos dos bancos e fatores externos, incluindo as variáveis macroeconómicas. A amostra é constituída por dados semestrais de um painel dos dez maiores bancos do Brasil em activos totais, para o período compreendido entre o primeiro semestre de 2007 e o segundo semestre de 2017. A metodologia, usada para testar as cinco hipóteses formuladas, consistiu no desenvolvimento de um modelo econométrico de regressão múltipla e na sua estimação com recurso ao método do painel mínimos quadrados ordinários (Panel Least Squares - PLS) para efeitos fixos. Os resultados em geral indicam que a rentabilidade das instituições bancárias brasileiras depende da evolução das suas variáveis específicas sendo entretanto em grande medida influenciada pelos determinantes macroeconómicos cuja significância estatística é recorrente. A preponderância dos fatores para explicar as proxies da rentabilidade (ROA, ROE e NIM) não foram uniforme. Os fatores que melhor explicam o ROA são a qualidade dos activos e a variável exógena do crescimento do produto interno bruto - PIB, enquanto que para o rácio ROE acrescem duas variáveis internas: alavancagem financeira e eficiência. Quando a medida da rentabilidade utilizada é o NIM, as regressões evidenciam um nível explicativo global superior e as variáveis específicas, alavancagem financeira, qualidade do activo, liquidez, custo do financiamento e estrutura do activo, evidenciam influência significativa na rentabilidade. Além disso, o índice de concentração bancária (ICB) foi estatisticamente significativo, observando-se também uma relação significativa entre os determinantes do NIM e o crescimento do PIB e em menor grau com a taxa de juro e inflação.
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