Recuperação otimizada de antocianinas de Prunus spinosa L. e Ficus carica L. para aplicação como corante alimentar

Os corantes alimentares são amplamente utilizados em todo o mundo para melhorar as características dos alimentos, nomeadamente conferir uma nova coloração ou intensificar a cor natural do alimento. No entanto, a maioria destes compostos é de origem artificial e muitos deles têm revelado problemas de...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Leichtweis, Maria Gabriela (author)
Outros Autores: Backes, Emanueli (author), Pereira, Carla (author), Prieto Lage, Miguel A. (author), Barreiro, M.F. (author), Barros, Lillian (author), Ferreira, Isabel C.F.R. (author)
Formato: conferenceObject
Idioma:por
Publicado em: 2019
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10198/18307
País:Portugal
Oai:oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/18307
Descrição
Resumo:Os corantes alimentares são amplamente utilizados em todo o mundo para melhorar as características dos alimentos, nomeadamente conferir uma nova coloração ou intensificar a cor natural do alimento. No entanto, a maioria destes compostos é de origem artificial e muitos deles têm revelado problemas de toxicidade para a organismo humano. Entre eles, destacam-se reações alérgicas, hiperaüvidade e défice de atenção em crianças, ou até mesmo propriedades cancerígenas [l]. Por outro lado, existem moléculas de origem natural com elevado poder corante que não revelam toxicidade, podendo assim ser aplicadas na indústria alimentar em detrimento das artificiais. O presente estudo surge no seguimento desta problemática e visa recuperar antocianinas, uma classe de compostos fenólicos com reconhecidas propriedades corantes, a partir de fontes naturais muito pouco exploradas. Assim, o epicarpo dos frutos de Prunus spinosa L. (abrunho), rico em cianidina 3-rutinósido e peonidina 3-rutinósido, e a casca dos frutos de Ficus carica L. (figo), rica em cianidina 3-rutinósido, foram utilizados para extração destes compostos. Para assegurar uma recuperação máxima, foram testadas duas técnicas de extração, assistida por maceração (EAM) e por ultrassons (EAU), às quais se aplicou uma metodologia de superfície de resposta usando o desenho composto central circunscrito com cinco níveis em cada uma das variáveis independentes estudadas (tempo, proporção de água-etanol como solvente e temperatura (EAM) ou potência (EAU)). O perfil antociânico dos diferentes extratos foi obtido por HPLC-DAD-ESI/MS e como respostas para o modelo foram utüizadas a concentração total de antocianinas (C) no resíduo de extração (R; mg C/g R) e na amostra desidratada (A; mg C/g A), bem como o rendimento de resíduo obtido (g R/g A). Em ambas as matrizes, a técnica mais eficiente foi a extração assistida por ultrassons, obtendo-se condições ótimas de recuperação de compostos aos 5 min, 400 W e 48% de etanol no caso do epicarpo de abrunho, com um rendimento de extração de 0,69 g R/g A e um total de antocianinas de 18, 17 mg C/g Re 11,76 mg C/g A. Por outro lado, a partir da casca de figo foi possível obter 17,0 mg C/g R e 3, 11 mg C/g A, e um rendimento de 0,19 g R/g A, nas condições ideais de extração de 21 min, 310 W e 100% de etanol. Assim, a extração de antocianinas a partir de biorresíduos dos frutos de abrunho e figo, com recurso a técnicas de extração não convencionais, revelaram ser uma boa alternativa para recuperação destes compostos com vista à sua utilização na indústria alimentar.