Resumo: | Este Caderno foca-se fundamentalmente na conceptualização da Didática que a autora tem vindo a fazer desde que, em 1976, assumiu o desafio de ensinar Didática numa Universidade: a Universidade de Aveiro, Portugal. Através do seu percurso tem-se acesso aos fantasmas, sonhos e realidades que, no início, os professores vivenciaram no seu esforço para credibilizar a disciplina e criar condições para a sua institucionalização como campo de ensino e de investigação a nível universitário. Numa tentativa de desmontar ideias pré-concebidas sobre a Didática, começou-se por conceber e caracterizar o que deveria ser o ensino dessa disciplina, a sua relação com o saber constituído e com a vida profissional, referência importante visto tratar-se de uma unidade curricular dos cursos de formação de professores. Nasceu assim a metáfora do tríptico didático, que permite conceber a didática em três dimensões articuladas (profissional, curricular e investigativa), a que mais tarde se juntou a dimensão política. A dimensão investigativa também está presente neste Caderno, não só pela referência destacada ao CIDTFF/Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores, mas também porque nele se insere um texto, até agora inédito, escrito em colaboração com outros colegas e que exterioriza as dificuldades com que, há cerca de quinze anos, se defrontaram aqueles que entenderam ser necessário começar a proceder-se a sistematizações do conhecimento entretanto produzido. Através da leitura deste Caderno pode ainda ficar a conhecer-se o argumento que a autora utiliza para justificar a sua visão sobre a relação Currículo/ Didática. Partindo das perguntas próprias de cada um destes campos, conclui por uma relação macro/micro. Outra relação também abordada prende-se com a identidade do campo da Didática face a outras áreas do saber, uma relação que a autora vê como evoluindo de uma atitude de isolamento para uma construção de interdisciplinaridade.
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