Summary: | A gastronomia como manifestação cultural e como património imaterial é um recurso axial em crescendo do turismo cultural e gastronómico graças aos “culinary travelers” ou “food travelers”. Segundo a OMT(2016) 88.2% dos seus países membros consideram que a gastronomia é importante para a marca e imagem do destino, tendo sido um dos segmentos mais criativos e de maior crescimento no turismo a nível mundial. O turismo culinário é um fenómeno emergente, estimando- se que 1/3 da despesa de cada turista seja orientado para a gastronomia (Borralho, J., 2014). A relação entre estes dois conceitos: gastronomia e turismo - promove o desenvolvimento económico local que através das ofertas de experiências gastronómicas contextualizadas, ajudam a criar marcas e à venda dos destinos, bem como estimular o desenvolvimento económico a nível nacional, regional e local. O interesse pela gastronomia pode resgatar tradições antigas em processo de extinção, ajudando à sustentabilidade e desenvolvimento regionais. A criação de experiências culinárias locais poderá contribuir para combater a sazonalidade turística e diversificar as economias rurais, criando postos de trabalho, gerando ligações que estimulam a agricultura, sustentando o meio ambiente local, promovendo o património cultural, fortalecendo as identidades locais, bem como o sentido de comunidade. Com o presente artigo propõe-se fazer uma análise do potencial da gastronomia do Concelho de Mirandela, tendo em linha de conta: i. Os registos escritos existentes e a tradição oral; ii. Identificar as práticas culinárias locais; iii. Apontar as potencialidades do “turismo gastronómico”.
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