Summary: | Os indivíduos apaixonados pelo trabalho, consideram-no parte vital do seu autoconceito e investem quantidades significativas de tempo e energia na realização das suas tarefas (Forest et al., 2012; Vallerand & Houlfort, 2003). A paixão pelo trabalho torna-se característica central da identidade do indivíduo e serve para o definir como pessoa (Vallerand et al., 2003). A presente investigação tem como principal objetivo compreender a formação da paixão harmoniosa pelo trabalho, e apurar o contributo explicativo que esta tem sobre resultados organizacionais positivos, nomeadamente o empenhamento afetivo e o comportamento de inovação no trabalho. Para tal, e com base no modelo employee work passion appraisal (Zigarmi, Nimon, Houson, Witt, & Diehl, 2009) e na teoria de autodeterminação (Deci & Ryan, 2000), foram investigadas as associações estatísticas entre a perceção de disponibilidade de recursos no local de trabalho (como antecedente), a motivação intrínseca (como avaliação cognitiva), e como esses construtos se relacionam com a perceção de paixão harmoniosa (como um estado de bem-estar no trabalho) e consequentes organizacionais positivos (empenhamento afetivo e comportamentos de inovação no trabalho). Numa amostra constituída por 314 trabalhadores foi possível verificar que a perceção de disponibilidade de recursos, a motivação intrínseca (na dimensão interesse/prazer) e a paixão harmoniosa explicam 38,4% do empenhamento afetivo e 35,8% do comportamento de inovação no trabalho.
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