Resumo: | O objetivo do presente estudo consistiu em avaliar a adaptacao parental, em termos de sintomatologia psicopatologica e qualidade de vida (QdV), bem como avaliar a influencia das caracteristicas de resiliencia parental na sua adaptacao, bem como na adaptacao do(a) parceiro(a). A amostra foi constituida por 90 participantes (45 casais), pais de criancas com um diagnostico de deficiencia/AC. O protocolo de avaliacao incluiu a Escala de Resiliencia para Adultos (ERA), o Inventario de Sintomas Psicopatologicos (BSI-18) e o instrumento de avaliacao de QdV da Organizacao Mundial de Saude, WHOQOL-Bref. Os resultados mostraram que as maes apresentaram valores mais elevados na dimensao ansiedade (p<.01), no indice geral de gravidade (p<.01) e pior QdV psicologica (p<.05). As maes apresentaram valores mais elevados de resiliencia, em particular de coesao familiar (p<.05). Em ambos os pais, a resiliencia mostrou-se associada a menor sintomatologia psicopatologica e a resultados mais elevados de QdV. A resiliencia materna nao se mostrou significativamente associada a adaptacao paterna mas, constatou-se que niveis elevados de resiliencia paterna se associaram a menor sintomatologia psicopatologica e melhor QdV materna. Os resultados deste estudo evidenciam o papel protetor da resiliencia na adaptacao parental ao diagnostico de anomalia congenita da crianca. Adicionalmente, estes resultados enfatizam a necessidade de avaliar e promover os recursos parentais. Por fim, ressalta-se a necessidade de avaliacao do casal como unidade de analise e os potenciais efeitos cruzados no desenho de intervencoes terapeuticas, reforcando-se o papel da relacao conjugal e do contexto interpessoal em que esta problematica ocorre.
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