Summary: | A presente dissertação, reflecte sobre a intervenção contemporânea e a introdução de novos usos em edifícios religiosos antigos, assegurando a continuidade da memória arquitectónica como um testemunho cultural para o futuro. A intenção é analisar a importância destas intervenções através de casos práticos, compreender os seus métodos de conjugação do passado e do presente. A questão do respeito pelas préexistências e pelas exigências do presente converge nas ideias de história e de memória e são decisivas na arquitectura, que tem de assegurar uma continuidade num futuro, que não se esgota no presente. As diferentes obras permitem analisar princípios e limites, que poderão ser considerados directores para que a abordagem ao edifício antigo não apresente uma ruptura com o passado. Desenvolve-se a ideia de continuidade onde, contudo, existe uma grande liberdade no novo projecto, condição essencial para afirmar a contemporaneidade. Nos casos de estudo, que são exclusivamente edifícios originalmente religiosos, a introdução de novos usos, essencialmente laicos, influencia a leitura e abordagem às pré-existências, onde a passagem do uso religioso ao laico – mundano – implica reflectir como o uso contemporâneo se adapta à arquitectura do passado e como esta arquitectura tem a capacidade de receber a proposta contemporânea na procura de prevalecer um sentido de unidade no edifício. O contacto estabelecido com os próprios arquitectos, que desenvolveram os projectos teve um significado especial. A memória do edifício é então entendida como uma construção cultural que envolve o espaço e o tempo, o antigo-novo edifício, um valor patrimonial, uma verdadeira criação arquitectónica que é enfatizada pela força da criação contemporânea, a qual faz uma leitura do passado assegurando a sua passagem para um futuro.
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