Summary: | O presente estudo tem como objetivos avaliar a perceção da qualidade de vida dos idosos não institucionalizados no concelho da Ribeira Grande, relacionar a perceção da qualidade de vida com distintas variáveis independentes, disponibilizar os dados sobre a realidade em estudo, que promovem e facilitem o planeamento de intervenções comunitárias no âmbito da melhoria da qualidade de vida e realizar uma proposta de intervenção estruturada que visem dar respostas a potenciais problemas identificados. Para dar resposta ao objetivo do estudo foram aplicados um total de 358 questionários aos idosos com idade igual ou superior a 65 anos, do concelho da Ribeira Grande, da Ilha de São Miguel (Açores). Destes foram excluídos 108 por se tratarem de idosos com défice cognitivo e/ou idosos que frequentavam centros de dia/noite, totalizando uma amostra final de 250 questionários, tendo-se, assim, assumido um erro amostral final de 5,9%. O instrumento de recolha de dados utilizado comporta questões que visam a avaliação sociodemográfica e clínica, ao qual se agregou as seguintes escalas: a escala Mini Mental State Examinition de Folstein, traduzida e adaptada para a população portuguesa por Guerreiro et al. (1994); a escala de Barthel, validada para Portugal por Araújo, Pais Ribeiro, Oliveira e Pinto (2007); a escala Eurohis-Qol-8 traduzida e adaptada para a população portuguesa por Pereira et al. (2011) e, por último a escala Whoqol-Old traduzida e adaptada para a população portuguesa por Vilar et al. (2010). Dos resultados obtidos, pode dizer-se que a maioria é sexo feminino (74.0%), a faixa etária predominante situa-se entre os 65 e os 69 anos (34.4%). Quanto ao estado civil os inquiridos são casados (44,4%) e uma grande maioria possui como habilitações literárias o 1.º ciclo (64.4%). Quanto à condição atual a maioria vive com o esposo/a ou companheiro/a (40.8%). De um modo geral, os resultados obtidos através das escalas Eurohis-Qol-8 e Whoqol-Old permitem concluir que os inquiridos apresentam uma boa qualidade de vida. Verificaram-se a existência de diferenças, estatisticamente significativas, entre a qualidade de vida, avaliada pela escala Eurohis-Qol-8, por sexo, escolaridade, estado civil e sofrer de doença. Também, registaram-se diferenças entre a qualidade de vida, avaliada pela escala Whoqol-Old, por sexo, escolaridade e estado civil. Ainda, concluiu-se que existe uma relação positiva e direta, embora fraca, mas estatisticamente significativa, entre a capacidade funcional nas Atividades Básicas de Vida Diária e a perceção da qualidade de vida.
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