Summary: | Ao longo das últimas décadas a União Europeia concebeu um conjunto de estratégias climáticas e energéticas promovendo a diminuição das emissões de poluentes atmosféricos e GEE, bem como a diversificação de fontes de energia renováveis. No âmbito da Diretiva 2009/28/CE, Portugal elaborou o seu Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis, fixando os objetivos nacionais para a biomassa florestal e as medidas para o seu cumprimento. Diversos estudos sustentam que a combustão da biomassa para produção de energia e calor é neutra do ponto de vista de balanço de CO2, contribuindo para a redução das emissões de origem fóssil deste poluente, pudendo, no entanto, contribuir para o incremento das emissões de CO, NOx e PTS. Neste sentido, e face à evolução tecnológica, surgem os pellets como um biocombustível sólido, composto essencialmente por biomassa densificada, com uma qualidade consistente, apresentando um baixo teor de humidade, densidade energética elevada, tamanho e forma homogéneos, associada a uma menor emissão de poluentes atmosféricos no processo de combustão. O presente trabalho teve como objetivo fundamental avaliar o impacte das unidades de produção de pellets de biomassa florestal na qualidade do ar, tendo como caso de estudo uma unidade industrial típica a laborar na região Norte de Portugal Continental. Para o efeito sucedeu-se à descrição detalha da cadeia logística de biomassa associada à unidade industrial em estudo, sendo posteriormente introduzidos os dados na metodologia de cálculo adotada de modo a determinar as emissões de poluentes atmosféricos provenientes desta atividade industrial e permitir a realização da avaliação ambiental do uso de pellets para aquecimento do ambiente e de águas no setor doméstico em detrimento de outras fontes de energia. Os resultados obtidos das emissões alusivas à cadeia de valorização de biomassa para a produção de 73 kt de pellets, por ordem decrescente de importância, em termos de emissão em tonelada, correspondem a 14831,2 t CO2e, 148,4 t CO, 130,0 t NOx, 27,7 t SOx, 25,4 t PTS e 20,4 t COVNM. Do balanço de CO2e constatou-se uma tendência geral de diminuição de GEE, sensivelmente na ordem dos 84%, respeitante ao uso de pellets no aquecimento do ambiente e de águas no setor doméstico em detrimento de fontes de energia não renováveis.
|