Resumo: | O glaucoma é uma neuropatia ótica progressiva, geralmente associada a um aumento da pressão intraocular (PIO), que resulta em danos estruturais na cabeça do nervo ótico (CNO) e perda funcional do campo de visão. O diagnóstico precoce das alterações da CNO é de extrema importância, já que estas alterações antecedem, muitas vezes, a perda de visão. Em pacientes considerados normais verificou-se que o anel neurorretiniano obedece a um padrão específico em termos de largura. A borda Inferior é a mais larga, seguida da borda superior, da borda nasal e, por fim, a borda temporal. Este padrão é codecido como regra ISNT sendo muito utilizado na avaliação da CNO. Mais tarde, verificou-se que a regra ISNT também se aplica à espessura da camada das fibras nervosas da retina (CFNR) em indivíduos normais. Como a diminuição de espessura da CFNR pode ser um sinal de glaucoma, violações da regra ISNT na CFNR podem indicar uma alteração morfológica glaucomatosa. A grande variabilidade do bordo nasal levou ao aparecimento das variantes da regra ISNT, todas elas sem o envolvimento do bordo nasal. Tem sido bastante estudada a prevalência da regra ISNT e as suas variantes numa população normal. Apesar disso, verifica-se uma grande discrepância na aplicação da regra ISNT entre os vários estudos. Estas discrepâncias baseiam-se essencialmente nas marcações do anel neurorretiniano e nos métodos utilizados. O objetivo principal deste trabalho consiste em estudar a prevalência da regra ISNT numa população normal. De uma forma mais específica consiste em estudar diferentes formas de anotação e medição e perceber o impacto que estas têm na validade da regra ISNT e suas variantes.
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