Dois modelos de participação dos discentes no processo de ensino

A participação dos alunos nas tarefas de ensino, seja na preparação e apresentação dos conteúdos, ou até na sugestão de novos conteúdos, tem o potencial de aumentar o seu envolvimento emocional com o programa duma unidade curricular, especialmente entre aqueles para quem é desmotivadora a relativa p...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Oliveira, Paulo (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2019
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10174/25147
País:Portugal
Oai:oai:dspace.uevora.pt:10174/25147
Descrição
Resumo:A participação dos alunos nas tarefas de ensino, seja na preparação e apresentação dos conteúdos, ou até na sugestão de novos conteúdos, tem o potencial de aumentar o seu envolvimento emocional com o programa duma unidade curricular, especialmente entre aqueles para quem é desmotivadora a relativa passividade a que são sujeitos no modelo tradicional de ensino-aprendizagem. Na presente comunicação partilha-se a experiência do autor com duas dessas iniciativas, efetuadas com alunos da licenciatura de Biologia Humana da Universidade de Évora, relacionadas com o difícil estudo baseado em publicações científicas: numa, adaptou-se o modelo flipped classroom, onde as tarefas presenciais consistiam do desenvolvimento dum tópico dentro de cada tema; noutra, solicitavam-se temas aos alunos, seguindo-se a seleção dum artigo científico pelo docente, acompanhado dum guia de leitura para ajudar os alunos a centrarem-se em aspetos particulares, para em seguida, presencialmente, ser feita a respetiva discussão. No primeiro caso, tratava-se de resolver um problema recorrente de mau aproveitamento, que se compreendia por um lado pelos obstáculos da linguagem e dos conceitos avançados da literatura científica, mas também pela impossibilidade de reverem a exposição feita presencialmente pelo docente e, não menos, pela tendência para adiarem para vésperas da avaliação escrita o estudo dos materiais didáticos disponibilizados. No segundo, tratava-se simplesmente de dar a oportunidade aos alunos de expressarem preferências temáticas individuais, permitindo à respetiva turma (numa perspetiva de coesão entre colegas) ser comparticipante no conhecimento desses temas. Em ambos pôde testemunhar-se uma adesão espontânea da generalidade dos alunos, e no primeiro é razoável considerar-se que, objetivamente, o problema que se pretendia corrigir ficou resolvido, com o bónus de lhes permitir aperceberem-se da necessidade de melhorarem o desempenho comunicacional; no segundo, para além do facto dos proponentes serem por vezes surpreendidos pela seleção feita pelo docente e isso ser um desencadeador adicional de debates animados, há que destacar o bónus para o próprio docente, por ter sido levado a abordar assuntos que lhe eram pouco ou nada conhecidos, abrindo por isso novos horizontes na sua própria preparação teórica. A maneira como a avaliação era articulada em cada uma das implementações será detalhada durante a comunicação. Há ainda a referir que a adoção destas estratégias representa um investimento adicional de tempo por parte do docente, se bem que no modelo flipped classroom esse investimento seja sobretudo inicial, pois os conteúdos deverão repetir-se em anos sucessivos.