Resumo: | As cidades são o mais claro reflexo das vivências que um espaço organizado pode gerar. Neste estudo intitulado de “O vazio como gerador de vivências no quarteirão: o caso dos centros históricos”, abordamos dois tópicos distintos mas complementares – o vazio urbano e as suas diversas tipologias e a regeneração dos vazios do quarteirão do centro histórico actual - para o estudo inicial dos vazios urbanos nos centros de cidade, mais propriamente os vazios interiores dos quarteirões. Inicialmente, foram analisadas as várias tipologias de vazios que ao longo do tempo se foram gerando nos centros de cidade, distinguindo-se os que se encontram nos centros consolidados da cidade e os que se encontram nos centros dispersos das periferias, estudando o vazio como construção e o vazio como sobra. Ainda dentro do estudo das tipologias de vazios, emerge o confronto entre o vazio público e o vazio privado e a forma que assumem na vivência urbana. Os planos de referência de Haussmann e Cerdá, tornam-se ferramentas que apoiam de melhor forma a análise feita. Estudamos ainda, já mais centralizados no elemento vazio do quarteirão, de que forma o quarteirão e o seu vazio foram sofrendo mutações desde a Industrialização, passando pelo Modernismo e terminando na actualidade, com grandes transformações no tecido urbano que influenciaram fortemente a sua morfologia e as vivências neste espaço urbano. De forma a melhor enquadrar a imagem do estado do quarteirão do centro histórico actual, analisa-se finalmente as várias estratégias e teorias que se têm debruçado sobre esta temática, percebendo-se de que forma este espaço pode ser tratado para que o seu vazio interior se possa tornar a um espaço gerador de vivências. Os estudos de caso selecionados para uma maior reflexão sobre o tema, são os projectos de reabilitação realizados no Chiado, em Lisboa e no quarteirão das Cardosas, no Porto, percebendo-se de que forma afectaram as vivências destes espaços, o que têm em comum e o que os diferencia tanto. Culminando esta investigação com um ensaio projectual no centro histórico de Santa Maria da Feira, onde nos é possível repensar o seu centro na luz da temática estudada. Portanto, o estudo apresentado tem como finalidade abordar o quarteirão como um elemento potenciador de novas vivências e organizações espaciais na cidade, podendo este ser o elo conector de variados elementos neste espaço urbano.
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