Summary: | O agricultor é obrigado e incentivado a ser mais sustentável, até pelo trade-off entre custos de curto prazo e benefícios de longo prazo. As medidas de política e as soluções técnico-económicas que comportam alguns vectores de mudança no sentido de reequilibrar a agricultura com a natureza definem as normas de uma nova gestão ambiental. Em particular, a Política Agrícola Comum tem vindo a incorporar progressivamente soluções minimizadoras dos efeitos negativos da agricultura sobre o ambiente ou potenciadoras dos seus aspectos positivos. A evolução desta política não se faz, porém, sem contradições que vale a pena sublinhar. De acordo com o que acabamos de dizer, procuramos neste texto – nas suas quatro secções – dar respostas actualizadas às questões levantadas pela utilização agrícola dos ecossistemas e dos recursos naturais. A primeira (secção 10.1) reflecte a forma como a consciência ambiental se vai introduzindo nas áreas científicas e na actuação dos agentes económicos. A segunda (secção 10.2) trata da valoração ambiental: avaliação económica de externalidades e bens públicos, nomeadamente no âmbito da utilização de recursos naturais com fins agrícolas. De seguida (secção 10.3) analisa-se a emergência e evolução da política agroambiental na União Europeia. A última secção (10.4) inclui uma breve reflexão sobre o «reencontro da agricultura com a natureza», quer pela via da manutenção de sistemas agrícolas de baixa intensidade, quer pela utilização de tecnologias que respeitem as funções dos ecossistemas, através de práticas conducentes a uma agricultura sustentável.
|