Resolução de partos distócicos em bovinos

Um parto distócico é aquele em que há um prolongamento do tempo normal do parto ou necessidade de assistência para remoção do feto. É uma das situações obstétricas mais importantes uma vez que acarreta elevados custos económicos para as explorações. O principal objetivo deste estudo visou caracteriz...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Silva, Ana Manuela São João Machado da (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10348/8771
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.utad.pt:10348/8771
Descrição
Resumo:Um parto distócico é aquele em que há um prolongamento do tempo normal do parto ou necessidade de assistência para remoção do feto. É uma das situações obstétricas mais importantes uma vez que acarreta elevados custos económicos para as explorações. O principal objetivo deste estudo visou caracterizar os diferentes tipos de distócia observados em bovinos nas explorações da ilha de São Miguel, identificando a respetiva causa a fim de prevenir e melhorar tanto o bem-estar animal como as perdas económicas. O estudo decorreu entre os meses de setembro de 2017 e janeiro de 2018, nos quais foram assistidas 49 vacas com distócia, na sua maioria (48/49) da raça Holstein-Frísia sendo apenas um animal da raça Jersey. Durante o período em estudo, verificou-se uma maior ocorrência de partos distócicos durante o mês de novembro (21/49). Os dados foram recolhidos pelos estagiários da Associação Agrícola de São Miguel ao longo do período referido. Foi recolhida informação sobre o tamanho das explorações, tipo de cobrição, a raça, a data de nascimento da mãe, o número de partos, a ocorrência ou não de distócias anteriores, a data de cobrição, apresentação e postura do vitelo, o sexo do vitelo e a sua vitalidade bem como a resolução da distócia. As causas de distócia encontradas neste estudo foram: torção uterina, defeito de postura, apresentação posterior, desproporção feto-materna, morte fetal, monstro fetal, inércia uterina primária e apresentação transversa. O tratamento mais utilizado foi a extração vaginal após manobras obstétricas. Uma das grandes observações deste trabalho prende-se com a elevada ocorrência de torções uterinas como causa de distócia, representando 32,7% do total de partos da amostra em estudo. Não foram observadas diferenças significativas na frequência do tipo de distócia entre vacas da 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª ou mais parições (22,4%, 18,4%, 18,4%. 18,4 %, 22,4% respetivamente). A maioria dos animais (86,8%) em estudo nunca tinha passado por episódio de distócia. Relativamente ao tipo de parto encontrado na amostra em estudo, apenas 12,3% (6/49) das distócias tiveram origem em partos gemelares. A ocorrência de distócias foi superior em partos com vitelos do sexo masculino (56,4%) e no que diz respeito à viabilidade fetal 51% dos vitelos eram nados-mortos e 49% nados-vivos. Tendo como objetivo a ocorrência de partos eutócicos, recomenda-se, entre outras medidas preventivas, iniciar a reprodução das novilhas apenas quando estas atingirem a idade e peso corporais ideias. É fundamental uma cooperação estreita entre o Médico Veterinário e os produtores a fim de prevenir ou corrigir o mais rapidamente possível a ocorrência de situações de distócia.