Summary: | A ilha de Santiago é a maior ilha de Cabo Verde com cerca de 50% da população do país. Tem enfrentado, de uma forma contínua, sérios problemas com a falta de capacidade para suprir a procura de energia elétrica devido a questões técnicas, financeiras e estruturais. Este trabalho tem o objetivo principal de efetuar uma análise comparativa em termos económicos e ambientais entre duas hipóteses para a expansão do sistema de geração de eletricidade da ilha a médio-longo prazo (2030): um cenário que engloba a evolução do sistema sob o paradigma da produção centralizada de energia; e um outro cenário onde o aumento de capacidade instalada será efetuado apostando na descentralização dos sistemas de produção. Para facilitar o processo de planeamento energético existem diversas variedades de ferramentas e base de dados disponíveis para apoiar diferentes aspetos da análise energética que funcionam como sistema/ferramenta de apoio à decisão no planeamento energético (METAXIOTIS, 2009). Para uma melhor compreensão dessas ferramentas efetuou-se a caracterização e classificação dos conceitos subjacentes, das metodologias, dos dados necessários, dos âmbitos da aplicação e das capacidades analíticas bem como a caracterização e exemplificação dos diferentes softwares existentes. No desenvolvimento deste trabalho foram utilizados dois softwares/ferramentas de modelação energética, LEAP e HOMER. O primeiro serviu para criar o modelo energético da ilha de Santiago e efetuar a análise de cenários; o segundo foi usado para otimizar o sistema de microprodução numa casa típica da ilha, sendo esta informação depois importada para o LEAP. Do estudo concluiu-se que as energias renováveis têm um impacto fundamental no futuro sistema elétrico da ilha de Santiago, principalmente no que diz respeito a redução do custo da produção de eletricidade, dependência energética e impactos ambientais. Das duas hipóteses de expansão do sistema geração de geração de eletricidade analisadas, o sistema de geração descentralizada revelou ser a melhor opção. Em 2020, relativamente ao custo, com 50% de energias renováveis, poupa-se 620 milhões de euros com o benefício da redução de dependência do setor elétrico e possibilidade de acumular até 2030 85 milhões de euros em certificados de emissões de carbono.
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