Neuropatia óptica isquémica anterior não arterítica: do perfil do doente à eficácia da corticoterapia – estudo retrospetivo

Objectivos: A neuropatia óptica isquémica anterior não arterítica é a causa mais comum de neuropatia óptica isquémica aguda, sendo uma causa importante de perda visual irreversível. Em Portugal, não há dados exatos relativamente à prevalência desta patologia.  Assim, o objectivo deste estudo consist...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Torres-Costa, Sónia (author)
Outros Autores: Faria, Olinda (author), Falcão-Reis, Fernando (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2019
Assuntos:
Texto completo:https://doi.org/10.48560/rspo.14136
País:Portugal
Oai:oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/14136
Descrição
Resumo:Objectivos: A neuropatia óptica isquémica anterior não arterítica é a causa mais comum de neuropatia óptica isquémica aguda, sendo uma causa importante de perda visual irreversível. Em Portugal, não há dados exatos relativamente à prevalência desta patologia.  Assim, o objectivo deste estudo consiste na caracterização do perfil do doente e avaliação do efeito da corticoterapia e da terapêutica antiagregante no seu tratamento. Materiais e métodos: Análise retrospetiva dos doentes seguidos em consulta de Neuroftalmologia no Centro Hospitalar São João entre 2013-2016. Resultados: Foram incluídos 66 doentes com idade média de 59,84 ±10,22 anos (variação dos 39 aos 87 anos), sendo 57,6% do sexo masculino. Em 68,1% dos casos, a apresentação foi unilateral. 19,7% dos doentes tinha descrição de crowded disc no olho adelfo. 53,0% doentes apresentavam hipertensão arterial, 27,3% diabetes mellitus e 71,2% dislipidemia. À apresentação, a mediana da acuidade visual corrigida, nos casos unilaterais, era de 0,40 ±0,70 (LogMAR). 32,3% dos doentes iniciou a associação corticóides e ácido acetilsalicílico e 52,3% apenas este último isoladamente. A mediana da acuidade visual corrigida nos doentes submetidos à associação terapêutica não diferiu significativamente do grupo submetido apenas ao ácido acetilsalicílico. Conclusão: Este estudo não demonstrou benefício da associação de corticoterapia e ácido acetilsalicílico nem do uso isolado de ácido acetilsalicílico na acuidade visual. A corticoterapia sem benefício comprovado está associada ao aumento de custos, internamentos e complicações, tornando-se difícil justificar a sua aplicação na prática clínica como tratamento da neuropatia óptica isquémica anterior não arterítica.