Resumo: | Esta investigação analisa se as classificações dos educadores podem ser uma medida alternativa para se aceder ao estatuto social das crianças em idade pré-escolar. Partindo da replicação parcial da investigação conduzida por Andrade e colaboradores (2005), este estudo pretende: (1) comparar o estatuto social das crianças segundo o relato dos pares e as classificações dos educadores, (2) analisar a associação entre o estatuto social obtido com base no relato dos pares e com base na classificação dos educadores e características da criança (e.g., idade, problemas de comportamento, competências sociais e competências verbais) e (3) analisar, a título exploratório, a associação entre o estatuto social e a escolaridade dos pais e o tempo de contato entre a criança e o educador. Participaram neste estudo 89 educadores e 352 crianças em idade pré-escolar da Região de Lisboa. Segundo os resultados obtidos, não é possível estabelecer uma relação entre o estatuto social com base na classificação dos educadores e com base no relato dos pares. Os educadores tendem a classificar como rejeitadas/negligenciadas e controversas as crianças que apresentam mais problemas de comportamento; e a classificar como populares e médias as crianças que revelam mais competências sociais e verbais. As mesmas tendências verificam-se quando analisamos o estatuto social obtido através das nomeações dos pares, exceto no que diz respeito à competência verbal. Os dados obtidos sugerem que as classificações dos educadores não substituem a recolha de informação junto dos pares podendo, contudo, fornecer informação útil para efeitos de investigação.
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