| Summary: | A literatura defende que, indivíduos com adições a substâncias psicoativas que seguem um estilo de vida desviante aumentam o risco de vitimação colocando-se numa situação de vulnerabilidade acrescida. O presente trabalho tem como foco principal a análise de vivências experienciadas pelo indivíduo, após o início do consumo. A análise principal dá-nos respostas a diversos focos, não só a perceção destes indivíduos como vítimas, mas também a existência de indivíduos que são vítimas e vitimam outros. A dinâmica familiar é também analisada, principalmente a forma como encaram e são encarados pela família após o início dos consumos e de forma isso influencia o progresso da sua vida. Para tal realizamos um estudo descritivo e exploratório, com base no método de inquérito por questionário e também por entrevista. Este estudo contou com uma amostra de 12 participantes com idades entre os 22 e 64 anos (M= 45.08; DP = 13.93), que corroboram a existência de situações de vitimação. Foi possível aferir que a maioria das vítimas conhecia os seus agressores e que atribuem a culpa da vitimação ao excesso do consumo. O estudo analisa, também, as relações familiares desta população chegando a conclusões como, a maioria do consumos são iniciados devido a separações e perdas no seio familiar, a vida familiar é, também, onde existe uma maior ruptura de relações devido ao consumo. No entanto é na família e no melhoramento das relações com as mesmas que incide a visão futura da maioria dos participantes, denotando a importância das famílias na reabilitação e reinserção dos indivíduos.
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