| Summary: | Incidindo sobre um conceito concreto e simultaneamente suscetível de mutação e que, inevitavelmente evoca certa subjetividade na sua análise – o claustro, a presente dissertação procurou os argumentos históricos para o seu surgimento, desde a antiguidade, diligenciando compreender os principais motivos, para a realização destes espaços intemporais, bem como a evolução e reinterpretação nas intervenções do património. Tendo em conta que nem sempre a dinâmica e uso destes espaços acompanhou a inevitável evolução temporal, procurou-se, com este trabalho, sensibilizar os intervenientes multidisciplinares para a desvalorização, degradação e abandono destes espaços monásticos, convidando à reflexão sobre a forma como a arquitetura tem intervindo, na indiscutível procura de devolver a dignidade a espaços que, aparentemente acolhedores do vazio, tais como os claustros, estão carregados de aspetos físicos, simbólicos, e dinâmicas multifuncionais. Esta reflexão compreende o estudo das origens e o significado do claustro nos espaços monásticos e a forma como foram reabilitados, conservados ou restaurados, nomeadamente no Mosteiro de Santa Maria de Bouro, o Mosteiro São Martinho de Tibães e o Mosteiro de Santa Marinha da Costa. A análise comparativa entre a função inicial e a função interpretada pelos autores do projeto e as leituras de vários autores que estudaram o Claustro, permitiram extrair as bases dos princípios a ter em conta na intervenção levada a cabo no caso de estudo, o Mosteiro Santo André de Ancede, Baião Por fim, podemos concluir com base nos casos de estudo que o significado de Claustro enquanto espaço físico se manteve na maioria das intervenções, enquanto o aspeto simbólico, Clausura, se perdeu, mas não na totalidade, pois os autores/arquitetos tentaram recriar uma “clausura” adaptada aos tempos modernos no sentido destes serem espaços de repouso, reflexão e lazer.
|
|---|