Summary: | A produção de geopolimeros a partir do reaproveitamento de lamas residuais das minas da Panasqueira permite não só diminuir o impacto ambiental provocado pelo seu depósito a superfície, mas também reduzir o nível de emissões de gases com efeito estufa através do desenvolvimento de um ligante alternativo ao cimento Portland. Neste trabalho apresenta-se um estudo sobre a ativação de argamassas geopoliméricas produzidas com lamas residuais das minas da panasqueira incorporadas com vidro moído. O estudo consistiu em produzir misturas geopoliméricas de lamas residuais com diferentes percentagens de vidro moído com intuito de avaliar a ativação alcalina e o comportamento mecânico. Para tal, foram utilizadas lamas naturais e lamas com tratamento térmico, tendo-se verificado melhores resultados nas primeiras lamas naturais. Efetuou-se a caracterização dos materiais de modo a melhor compreender as suas propriedades físicas e químicas. Desenvolveu-se um software para analisar as razões molares e obter as quantidades de materiais necessárias para a produção das misturas. Estudou-se o comportamento mecânico das argamassas recorrendo a ensaios de resistência à compressão e analisou-se a formação de compostos inorgânicos por intermédio de análises de FTIR. As misturas foram realizadas utilizando percentagens de lamas entre 60% a 100% em relação ao vidro moído, curadas em condições controladas, com temperaturas de 20ºC e 60ºC e com e sem trocas de humidade com o ambiente. As resistências mais elevadas (65 MPa na idade de 28 dias) foram atingidas pelas amostras contendo 20% de vidro moido, o que mostra que esta composição foi a ideal neste trabalho. Concluí-se que as argamassas produzidas com percentagens de vidro moído inferiores a 25% apresentam um comportamento mecânico muito bom, no entanto as argamassas com percentagens de vidro inferiores a 5% exibem uma ativação alcalina mais retardada.
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