Summary: | O microcrédito é um instrumento financeiro, direcionado principalmente a indivíduos com baixos rendimentos e em situação de exclusão económica e social. Procura enaltecer as capacidades empreendedoras dos seus beneficiários, a fim de estes saírem da situação menos favorável em que se encontram. Para que as instituições de microfinança garantam a sua sustentabilidade, viabilidade, bom funcionamento e um maior alcance dos seus programas de microcrédito, é necessário que o seu portefólio de clientes apresente uma taxa de reembolso significativamente positiva e elevada. O principal objetivo do presente estudo, assenta em determinar qual a influência que um conjunto de fatores exerce na capacidade de reembolso dos beneficiários do programa de microcrédito em Portugal. Assim, investigam-se os determinantes do reembolso do microcrédito por parte dos seus beneficiários, para o caso da Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC), a qual é uma instituição facilitadora do processo de microcrédito, cuja concessão dos empréstimos resulta de parcerias entre várias instituições bancárias, assentando na modalidade de empréstimo individual. A amostra compreende 752 beneficiários do microcrédito, tendo sido os dados disponibilizados pela própria ANDC. Aplica-se uma metodologia de regressão logística ordinal, de forma a identificar os principais fatores que influenciam o reembolso do microcrédito. Considerou-se, com base na literatura relevante, uma lista de fatores ou determinantes, que por sua vez foram divididos de acordo com três categorias, nomeadamente, as caraterísticas individuais do mutuário (i), as caraterísticas do empréstimo (ii), e as caraterísticas do projeto/negócio (iii). Os resultados do estudo demonstram que o desempenho de reembolso dos mutuários é influenciado pelo seu nível educacional, pelo estado civil, pela nacionalidade, pela situação profissional e pelo setor de negócio.
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